Por lucas.cardoso

Caracas - A capital da Venezuela, amanheceu nesta quarta-feira parcialmente paralisada e com ruas interditadas em várias regiões, especialmente nos principais redutos antichavistas no leste da cidade, enquanto que na zona oeste a rotina dos moradores transcorre com relativa normalidade.

Desde as 7h locais (8h de Brasília), barricadas e bloqueios nas ruas e estradas impedem o trânsito principalmente nos municípios de El Hatillo, Chacao e Sucre, todos governados pela oposição, e a locomoção ficou limitada a motociclistas e pedestres.

Coquetel molotov lançado por manifestantes explode próximo a bloqueio feito por policiaisAFP

O metrô de Caracas funciona com normalidade, exceto nas estações que passam pelo município de Chacao, e registra um fluxo pequeno de usuários. Apenas alguns estabelecimentos comerciais e as instituições bancárias operam com normalidade.

Já na zona oeste da capital, uma área tradicionalmente chavista, constatou-se que o trânsito não foi bloqueado, exceto em algumas áreas de classe media, onde quase todos os estabelecimentos comerciais estavam fechados.

Nos bairros mais desfavorecidos, por outro lado, os vendedores ambulantes e boa parte dos estabelecimentos formais funcionavam com normalidade, mas o fluxo de pessoas nas ruas era menor que o habitual.

Principal avenida em Caracas%2C pouco antes de ser invadida por manifestantes contrários ao governo MaduroAFP

Assembleia Nacional Constituinte

A greve tem como objetivo pressionar o governo de Nicolás Maduro e impedir a eleição da Assembleia Nacional Constituinte prevista para o próximo domingo. A Fedecamaras, a principal associação patronal da Venezuela, expressou apoio à greve geral e a reconhece como um "protesto popular de expressão democrática".

A greve de trabalhadores e empresários coincide com a penúltima jornada de campanha eleitoral do chavismo para a eleição da Assembleia Constituinte, e que mantém atos e mobilizações em todo o país.

O protesto de oposição se estenderá até a meia-noite de amanhã, e coincidirá também com o encerramento de campanha do chavismo para a constituinte.

No dia 30 de julho, os venezuelanos estão convocados às urnas para escolher os mais de 500 integrantes da Assembleia Nacional Constituinte, que redigirão uma nova Constituição com aval para reordenar o Estado sem que ninguém possa se opor.

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