Caracas - O comando de campanha Zamora 200, controlado pelo governo, assegurou que está preparado para garantir o voto dos venezuelanos que desejam participar da eleição da Assembleia Constituinte deste domingo, conforme reportagem da rede de TV Telesur. Enquanto isso, na capital venezuelana, manifestantes voltaram a bloquear vias com barricadas para protestar contra a Constituinte.
"Não vamos permitir que focos de violência violem o direito de se expressar por meio do voto", disse neste sábado o chefe da Estratégia e Propaganda do Comando Zamora 200, Jorge Rodríguez, a respeito da Assembleia Constituinte a ser realizada neste domingo no país, conforme a Telesur. Segundo ele, foram instaladas 98% das máquinas eleitorais em todo território nacional, de acordo com a Globovision.
Cerca de 230 mil militares e milicianos foram mobilizados em todo o país para proteger os 14.515 centros de votação que serão ativados no domingo para a eleição dos constituintes, disse o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López.
Em meio a protestos generalizados que causaram centenas de mortes em quatro meses e a ameaça de sanções dos Estados Unidos que poderiam agravar a crise econômica, o governo venezuelano procurará escolher no domingo integrantes de uma Assembleia Constituinte com a qual pretende consolidar seu poder. O processo promovido pelo presidente Nicolás Maduro para reescrever a Constituição tem suscitado críticas da coalizão de oposição, que convocou para o domingo a tomada das principais estradas do país na continuação dos protestos que já chegam a 120 dias e deixaram 114 mortos.
Um dia antes da votação o clima na capital venezuelana é de tensão. Algumas vias, especialmente no leste da cidade, foram bloqueadas, e dezenas de opositores do governo levantaram barricadas no meio da rua com detritos, restos de árvore e lixo em protesto contra a Assembleia Constituinte. Em outras cidades do interior, foram relatados protestos semelhantes.
Apesar do reforço de segurança, no estado de Tachira foram registrados problemas em 21 centros de votação que foram invadidos por manifestantes antigoverno que destruíram oito urnas, conforme relatado pelas autoridades do governo. A coalizão de oposição não registrou candidatos para a Assembleia Constituinte e instou os venezuelanos a abster-se de participar na consulta.