Por caio.belandi

Japão - Uma japonesa de 82 anos mostrou que nunca é tarde para se aventurar na tecnologia. Masako Wakamiya criou um jogo para smartphone chamado "Hinadan", inspirado no tradicional Festival de Bonecas Hina Matsuri. E conta como foi a sensação de ver sua iniciativa funcionando. "Na primeira vez, eu me emocionei ao ver a tela funcionar com o programa que eu criei", declarou, revelando uma alegria quase infantil quando fala de sua paixão pela Informática.

Masako Wakamiya%2C de 82 anos%2C é a criadora do Hinadan%2C jogo para celularesReprodução/Youtube

O tradicional festival ocorre dia 3 de março, quando japoneses expõem, em uma plataforma de vários níveis, bonecas que representam os membros da corte imperial do período Heian (séculos IX a XII) em suas casas, escolas e qualquer outro lugar onde haja meninas.

O palco em forma de escada se instala dias antes e se desmonta no dia 3 porque senão, segundo a crença popular, as meninas do lugar podem ficam solteiras quando crescerem.

Em "Hinadan", o jogador tem que colocar as bonecas ("o imperador", "a imperatriz", etc.) no lugar correto. Não há limite de tempo, porque isso seria muito estressante para os idosos, segundo explicação da própria Wakamiya, 

Desde que se aposentou, a ex-bancária se diverte com um PC e, mais recentemente, um laptop e um smartphone. A mulher que viveu nos anos 60, 70 e 80 o auge do Japão como potência tecnológica, foi este ano a participante mais veterana na conferência dos desenvolvedores da Apple.

As bonecas do Festival Hina Matsuri e%2C à direita%2C o jogo para celular HinadanReprodução/Internet

Seu primeiro encontro com a informática foi no início dos anos 1990. "Nessa época trocava mensagens através do sistema BBS", lembra, se referindo ao precursor dos fóruns modernos.

O jogo de Wakamiya foi baixado 42.000 vezes, levando a japonesa a ser convidada especial do diretor-executivo da Apple, Tim Cook, na Conferência Mundial de Desenvolvedores que foi realizada na Califórnia no mês passado.  "Falei com Cook sobre aspectos muito concretos. Ele me perguntou o que eu tinha feito para garantir que as pessoas mais velhas pudessem usar o aplicativo. Expliquei que levei em conta o fato de que os idosos perdem a audiência e a visão, e seus dedos podem não funcionar tão bem", conta.  "Ele me elogiou. Me disse que eu era uma fonte de inspiração para ele", diz com orgulho.

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