Por lucas.cardoso

Suíça - Um hotel suíço fixou um cartaz que pedia aos clientes judeus que tomassem uma ducha antes de entrar na piscina, o que provocou uma grande polêmica em Israel, que exigiu desculpas oficiais.

Segundo a imprensa suíça, o hotel Aparthaus Paradies, que fica na localidade de Arosa, nos Alpes suíços, recebe há vários anos clientes ultraortodoxos, vindos do Reino Unido, Estados Unidos e Israel.

Hotel colou aviso próximo a piscina para advertir judeus após reclamações de hóspedesReprodução Internet

Mas a direção do estabelecimento, que ao que parece pretendia relembrar as normas de higiene aos usuários da piscina, emitiu o comunicado contra os "clientes judeus". O documento surgiu após a gerencia receber reclamações de hóspedes, que teriam visto duas jovens judias entrando na água sem passar pela ducha antes, informou o jornal The Times of Israel. 

"A nossos clientes judeus, mulheres, homens e crianças, pedimos que tomem uma ducha antes de nadar. Caso não respeitem a norma, seremos obrigados a fechar a piscina par vocês. Obrigado por sua compreensão", afirma o cartaz. 

Outro cartaz colocado no freezer do hotel também se dirigia exclusivamente aos hóspedes judeus, autorizados pela gerência a armazenar alimentos kosher. 

"Aos nossos clientes judeus: podem ter acesso ao freezer somente nos seguintes horários: 10H00-11H00 e 16H30-17H30. Espero que compreendam que nossa equipe não gosta de ser incomodada o tempo todo". 

Um cliente fotografou os cartazes e compartilhou as imagens nas redes sociais, o que provocou uma grande revolta em Israel. A vice-ministra das Relações Exteriores, Tzipi Hotovely, exigiu desculpas oficiais por este "ato antissemita do pior tipo". 

A gerente do hotel, Ruth Thomann, afirmou ao jornal suíço Blick que os cartazes foram retirados e negou qualquer motivação antissemita. "Atualmente, temos muitos clientes judeus e percebi que alguns não tomam a ducha antes de nadar", disse.

"Como outros clientes pediram que fizesse algo, escrevi o cartaz, um pouco ingenuamente. Teria sido melhor ter feito o pedido a todos os clientes do hotel", admitiu. 

O ministério suíço das Relações Exteriores afirmou em um comunicado que destacou ao embaixador de Israel que a Suíça "condena o racismo, o antissemitismo e qualquer discriminação". 

O Centro Simon Wiesenthal, com sede em Los Angeles e que trabalha para preservar a memória do Holocausto, pediu à ministra suíça da Justiça, Simonetta Sommaruga, o "fechamento do hotel do ódio e sanções a sua administração". 

Também solicitou ao site de reservas Booking.com que retire o Aparthaus Paradies de sua relação e que a comunidade judaica inclua o estabelecimento em sua lista negra. 

Você pode gostar