EUA - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconhecerá, nesta quarta-feira, Jerusalém como a capital de Israel, ignorando décadas de uma diplomacia cautelosa de Washington sobre este tema sensível para o Oriente Médio e as advertências de líderes regionais, informou um funcionário americano. A decisão do presidente será anunciada às 16h (horário de Braísilia).
O presidente também determinará que se prepare a transferência da embaixada dos Estados Unidos de Tel-Aviv para Jerusalém, mas este movimento poderá exigir "vários anos", informou o funcionário, que pediu para não ser identificado, completando que não estabelecerá agora um calendário para a mudança da sede diplomática.
Para a ONU, o futuro status de Jerusalém deve ser objeto de negociações. O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, afirmou em diversas oportunidades que "devemos ser muio prudentes com o que fazemos".
O Reino Unido também manifestou sua preocupação em relação a intensão do presidente americano. O ministro britâncio das Relações Exteriores, Boris Johnson, declarou que não há a intenção de transferir a embaixada e que "Jerusalém deveria, evidentemente, ser parte de uma solução definitiva dos conflitos entre israelenses e palestinos.
A decisão de Donald Trump também foi condenada pela Síria que foi classificada como "perigosa" pelo Ministério das Relações Exteriores
Para a China a mudança pode causar uma piora nas tensões da região. "Todas as partes envolvidas devem levar em conta a paz e a estabilidade regional, serem prudentes em suas ações, evitar minar as bases de uma resolução da questão palestina", disse o porta-voz chiês Geng Shuang.
O papa Francisco pediu que o status quo de Jerusalém seja respeitado e que a "sabedoria e a prudência" possam prevalecer para evitar nos conflitos entre israelenses e palestinos.
Francisco afirmou que está "profundamente preocupado" com os desenvolvimentos recentes e declarou que Jerusalém é um lugar único e sagrado para cristãos, muçulmanos e judeus e que tem uma "vocação especial para a paz"
Ele apelou que todos precisam respeitar o status quo da cidade, de acordo com as resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU). "Peço ao Senhor que a sua identidade seja preservada e fortalecida em benefício da Terra Santa, do Oriente Médio e do mundo inteiro e que a sabedoria e a prudência prevaleçam para que novos elementos de tensão sejam retirados de um sistema global já convulsionado por tantos conflitos cruéis", disse.