Por thiago.antunes
Pelo menos 182 pessoas morreram durante a passagem da tempestade tropical Tembin que atinge o sul das Filipinas desde sexta-feira (22), e as equipes de resgate buscavam dezenas de desaparecidos neste sábado (23).
Os socorristas retiraram dezenas de corpos de um rio, informou a Polícia, acrescentando que 153 pessoas ainda não foram encontradas. Depois de passar por Mindanao, a tempestade, que causou inundações e deslizamentos de terra, deve chegar à ilha de Palawan, mais ao oeste, segundo o serviço meteorológico filipino.
Publicidade
Lá, Abdulsalam Binang Amerhasan, de 53 anos, morreu devorado por um crocodilo. Sob a forte chuva, ele tentava amarrar sua embarcação, ameaçada pelo aumento no volume do rio diante da chegada de Tembin, relatou a Polícia neste sábado. Como não voltava para casa, sua mulher alertou os vizinhos, que saíram sua busca no meio da noite.
A tempestade causou inundações e deslizamentos de terraAFP

"Procuraram por ele ao longo do rio, até que descobriram o corpo da vítima, que o crocodilo estava devorando", completou a Polícia. De acordo com Rando Salvacion, da Polícia da cidade de Sapad, 36 corpos foram recuperados neste sábado das águas do rio Salong e seriam procedentes de Salvador.

Sapad e Salvador ficam na província de Lanao do Norte, no noroeste da ilha, uma das mais afetadas pela tempestade Tembin. "Alertou-se a população repetidamente, mas, como os tufões são comuns aqui, os moradores não nos levaram a sério", lamenta Wilson Mislores, da Polícia de Salvador.

As Filipinas são atingidas anualmente por cerca de 20 tufões e tempestades, mas Mindanao, a grande ilha do sul com cerca de 20 milhões de habitantes, é geralmente poupada.

Mais de 120 mil moradores da ilha tiveram de deixar suas casas. De acordo com a Polícia, 19 pessoas morreram no vilarejo montanhoso de Dalama, perto da cidade de Tubod.

"A água do rio começou a subir, e a maioria das casas (de Dalama) foi inundada. O vilarejo não existe mais", disse por telefone à AFP Gerry Parami, da Polícia de Tubod. Policiais, soldados e voluntários se mobilizam para tentar encontrar os corpos sob escombros e lama neste vilarejo agrícola de 2.000 habitantes, acrescentou Parami