A dívida bruta da Petrobras no primeiro trimestre atingiu R$ 308,1 bilhões, o maior nível desde 2002. A capacidade de cobertura das despesas financeiras líquidas é de 10,42%, isso significa que a empresa está gerando somente R$ 10,42 para cada R$ 100 de dívida financeira bruta, apontou levantamento da Economática.
De acordo com o gerente de Relacionamento Institucional da Economática Einar Rivero, "o valor que a empresa está gerando por ano para pagar os juros é muito baixo e pode impactar o lucro líquido nos próximos trimestres". Vale destacar que o cálculo leva em consideração uma taxa média de juros e não as taxas exatas que a companhia acordou.
No primeiro trimestre de 2002, a estatal tinha uma dívida de R$ 18,56 bilhões e a cobertura da despesa financeira líquida era de 61,94%, ou seja, a companhia gerava R$61,94 para cada R$ 100 de dívida bruta.
A análise da dívida em moeda estrangeira, por sua vez, foi verificada a partir dos dados do quarto trimestre de 2013 – os mais recentes. A dívida financeira em moeda estrangeira no final do ano passado era de R$ 193,5 bilhões, contra R$ 267,8 bilhões do estoque total da dívida. Em termos percentuais, a dívida em moeda estrangeira representa 72,2% do total do endividamento da empresa. Há 12 anos, a dívida em moeda estrangeira representava 87,75% do total.
Os dados fazem parte de um levantamento da Economática, que analisou o balanço de 60 empresas (não financeiras) do Ibovespa e concluiu que 11 delas tem Ebit/dívida bruta (resultado operacional antes de juros e impostos dividido pela dívida bruta) inferior a 12%. Ou seja, essas companhias estão gerando menos de 1% ao mês para a cobertura das suas despesas financeiras líquidas (receita financeira menos despesa financeira).