O psicanalista e palestrante da UFRR), Jairo Carioca, ao lado da superintendente da Casa da Mulher Nilopolitana, professora Nilcea CardosoDivulgação / PMN
E a Casa da Mulher, responsável pelo Centro de Referência e Apoio à Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar-CRAM, da Secretaria Municipal da Cidadania e Direitos Humanos de Nilópolis, subverteu o que era esperado ao chamar para o debate um homem. No caso, o psicanalista e pesquisador do tema na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Jairo Carioca.
"Para quem está se perguntando o que justifica minha presença, direi que estou aqui para falar que não existe neutralidade na violência. Quando a gente fala no silêncio dos homens, falamos de um tema que deveria ser discutido em todos os espaços. A violência é um problema criado e sustentado pelos homens que representam esse lugar de violência", afirmou Jairo Carioca.
O professor abordou a questão da chamada masculinidade tóxica. " Os espaços de poder são ocupados pelos homens, seja na máquina burocrática ou no processo jurídico, por exemplo. Sempre são os homens que decidem. A sociedade convencionou que o espaço do menino é o da rua e a mulher pertence à casa. Esses lugares pertencem, na verdade, a todos", explicou o pesquisador.
"Nossa Casa tem como objetivo atender as mulheres vítimas de violência doméstica, familiar e acabamos fazendo um trabalho mais amplo. Trouxemos esse evento para o shopping, nosso parceiro de longa data, para que as mulheres que querem empreender possam conhecer esse espaço", afirmou a professora Nilcéa Cardoso.
Professoras de artesanato, Marilac Struc e Rosemere Pinho estavam no centro comercial. Marilac atendia em uma das barracas montadas no segundo andar, enquanto Rosemere coordenava a oficina de fuxico. As alunas vestiam uma blusa lilás e uma delas era Eliana Caldedaro, técnica de enfermagem aposentada.
" Uma amiga indicou a Casa da Mulher para mim, eu estava com uma depressão forte, não conseguia levantar da cama. Fui muito bem acolhida. Hoje participo das feiras de artesanato", contou Eliana, que frequenta a instituição há quatro anos.
Participaram do evento também a coordenadora de marketing do Nilópolis Square, Viviane Alves, a superintendente municipal do Conselho da Mulher, Inês Simpliciano, a voluntária do INCA Jane Kalil e a coordenadora do Centro Integrado de Atendimento à Mulher (CIAM) - Baixada, Sônia Lopes.
Representando a Casa, integraram a mesa a psicóloga Rosane Vidiledo, as assistentes sociais Márcia Trindade e Simone Cristina, e a advogada Cátia Caldas. Ao final da palestra, quem assistiu recebeu um certificado de participação.
A programação da Casa da Mulher Nilopolitana continua até o final de março. Confira:
8 de março - Dia Internacional da Mulher - 9h - Café da manhã na Casa da Mulher com homenagem a 20 mulheres. Entre elas, a secretária municipal de Controle Interno, Danielle Agero.
22 de março - Baile das Empoderadas - Clube Nilopolitano, das 17h às 22h. Música ao vivo, com entrada gratuita mediante retirada de convites.
27 de março - 14h - Grande encontro na Casa da Mulher de representantes de todas as secretarias da Prefeitura. O objetivo é o fortalecimento da rede.
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