Projeto Aruanã: espécie Chelonia mydas, a tartaruga-verde, reapareceu dez anos depois com amputação da nadadeira anterior Divulgação/Ascom

Niterói – Durante a mais recente temporada de capturas intencionais das tartarugas marinhas na praia de Itaipu, a equipe do Projeto Aruanã identificou uma tartaruga marinha da espécie Chelonia mydas, popularmente conhecida como tartaruga-verde, como sendo a mesma que já havia sido capturada dez anos atrás, em 2013. A grande surpresa é que dessa vez ela apresentava a amputação da nadadeira anterior esquerda. O animal foi capturado em outubro deste ano e o primeiro e último registro desta tartaruga, em 2013, foi documentado durante o acompanhamento da pesca artesanal de arrasto-de-praia dos pescadores de Itaipu que a equipe executava na época, mas, nesta ocasião, ela tinha todas as nadadeiras.

Segundo a Coordenadora Geral do Projeto Aruanã, que conta com a parceria da Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, Dra. Suzana Guimarães, não é possível saber o motivo da amputação, quando ela ocorreu e se a tartaruga marinha permaneceu esses 10 anos na região de Itaipu ou se retornou somente agora, já que ela só foi vista novamente em outubro deste ano. Apesar da amputação da nadadeira, a boa notícia para a equipe do Projeto Aruanã é que o animal apresentava boa condição corporal e parecia estar vivendo bem.

Assim como ocorre com todos os animais que são monitorados, a tartaruga, que foi reencontrada no primeiro dia da temporada de capturas intencionais no mês passado, foi devolvida ao mar. O monitoramento reforça a importância do trabalho desenvolvido pelo Projeto Aruanã e contribui para as pesquisas voltadas à preservação das tartarugas marinhas.
Na temporada de outubro, foram capturadas intencionalmente 30 tartarugas marinhas da espécie Chelonia mydas, que é a mais abundante na região e que também é conhecida como tartaruga-aruanã. De acordo com os resultados preliminares, 25 animais já haviam sido capturados em temporadas anteriores e 5 nunca haviam sido capturados, ou seja, são tartarugas que podem ter chegado recentemente às águas de Itaipu. Dentre os 5 indivíduos, que foram marcados pela primeira vez com anilhas de identificação, o menor apresentava 36,0 cm de comprimento curvilíneo de carapaça (CCC) e 5,6 kg. O maior animal dentre todos tinha 80,8 cm de CCC e 62,9kg, e, pelo histórico do monitoramento, foi marcado pela primeira vez em 22 de outubro de 2021 com 65,6 cm de CCC.

SOBRE O PROJETO ARUANÃ

O Projeto Aruanã é dedicado à conservação das tartarugas marinhas da Baía de Guanabara e regiões costeiras adjacentes. Por meio da realização de pesquisas científicas e ações de sensibilização social, promove a participação da sociedade civil na proteção dos ambientes marinhos costeiros. Desde sua origem, busca atuar de forma colaborativa, em parceria com pescadores e diversas instituições para a promoção de ações decisivas no fomento de políticas públicas. A partir de 2022, o Projeto Aruanã passou a contar também com a parceria da Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental.