Rodoviários: decisão da categoria de aceitar a proposta patronal foi considerada realistaDivulgação
Rodoviários do Leste Fluminense aprovam 6% de reajuste salarial
O reajuste do Sintronac representa uma retomada gradual do poder de compra da categoria, diante do IPCA
Niterói - Rodoviários do Leste Fluminense aprovaram por ampla maioria, em assembleia nesta quarta-feira (16), a proposta patronal de reajuste salarial de 6% e cesta básica de R$ 510,00. O aumento já estará disponível na folha de pagamento de todos os funcionários das empresas de ônibus de Casimiro de Abreu, Itaboraí, Maricá, Niterói, Rio das Ostras, São Gonçalo, Silva Jardim e Tanguá, a partir de 1º de novembro, Data-Base da categoria.
O índice de reajuste salarial dos trabalhadores em empresas de ônibus, vinculados ao Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac), representa uma retomada gradual do poder de compra da categoria, diante do IPCA de 4,38%, projetado pelo Boletim Focus do Banco Central para 2024. O setor de transportes ainda se recupera do desastre financeiro provocado pela pandemia da covid-19.
“Agora há empresas que já estão contratando, o que é um bom sinal. Ainda assim, estamos ainda distantes da retomada do patamar das operações de transportes anteriores à crise do coronavírus. Mas obtivemos um ganho salarial, o que é, definitivamente, importante nesse momento”, analisa o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.
Rubens considera a decisão da categoria de aceitar a proposta patronal como “realista”, mas destaca que a ausência de investimentos públicos no setor de transportes ainda é um empecilho grave para seu desenvolvimento.
“Já colocamos para o poder concedente, ou seja, prefeituras e Estado, várias opções de reestruturação do setor. Uma delas são os subsídios baseados na quilometragem rodada pelas linhas; outra é a criação de uma tarifa técnica, que recomponha os gastos setoriais, inclusive com os aumentos salariais da categoria; pode-se criar também um fundo setorial para recuperar a capacidade das empresas de investimento em mão-de-obra e qualidade do serviço; e há ainda a nova realidade da instituição da tarifa zero, totalmente subsidiada pelo poder público, adotada, atualmente, por 136 municípios brasileiros, incluindo Maricá”, afirma Rubens.
O avanço da tarifa zero no país ganhou fôlego após a pandemia: até 2020, eram 42 cidades com passe livre no Brasil. Desde 2021, outras 94 implementaram a gratuidade — ou seja, o número mais do que triplicou em quatro anos. Ao menos seis capitais já adotam a política, ainda que de forma parcial, com a medida implementada durante alguns dias da semana: Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC), Maceió (AL), Palmas (TO), São Luís (MA) e São Paulo (SP).
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