Niterói: cerca de 300 condomínios e estabelecimentos comerciais já aderiram ao projetoAlex Ramos

Niterói - Priscila Marques Matheus, 42 anos, é moradora do Morro do Estado e estava desempregada há anos. Com três filhos, ela agora faz parte do programa Recicla Niterói, lançado na última semana pela Prefeitura de Niterói, em uma parceria entre a Companhia de Limpeza de Niterói (Clin) e a Secretaria Municipal de Assistência Social . O projeto qualifica ainda mais o serviço de coleta seletiva na cidade, e promove a inclusão social, dando oportunidades de trabalho a pessoas em situação de rua.

Para isso, foram cadastradas 66 pessoas em situação de rua, das quais 12 foram identificadas, inicialmente, com o perfil do projeto. Os catadores e as catadoras informais – a maioria formada por pessoas desempregadas e chefes de família – foram capacitados para trabalhar na cooperativa Rede Central Niterói, contratada pela Clin.

“Estava parada sem conseguir trabalho há muito tempo, quando passei por essa rua para deixar meus filhos na escola e vi que estavam selecionando catadores, foi quando me candidatei. Com certeza, será muito bom para mim e meus filhos essa oportunidade”, conta Priscilla.

A catadora Roseli Pompeu de Araújo, 46 anos, está muito feliz por ter sido selecionada. Moradora da Comunidade do Sabão, Roseli mora sozinha e já sonha em ter um ano novo melhor, com renda e trabalho. Já Adriana Correa Rodrigues, 52 anos, moradora da Comunidade Santo Cristo, no Fonseca, também foi uma das catadoras selecionadas pelo projeto e falou sobre a sua expectativa:

“Meus filhos estão criados, eu moro sozinha e tenho que ter uma renda para me sustentar, este trabalho vai ser bom para mim”, ressalta Adriana.

O projeto começa por Icaraí, nas ruas Ator Paulo Gustavo e Tavares de Macedo. As vias, com grande número de residências e lojas, receberam 12 contentores de mil litros para acondicionar os resíduos recicláveis. O objetivo é evitar que sacos sejam rasgados e o lixo espalhado pelas ruas.

Há uma participação ativa da sociedade civil neste projeto que envolve mais de 300 condomínios e o comércio de Icaraí. Os administradores foram orientados pelos técnicos da Clin sobre como deverão proceder para organizar e separar os resíduos orgânicos e recicláveis para as coletas. A implantação do projeto está começando por Icaraí, nas ruas Ator Paulo Gustavo e Tavares de Macedo, onde foram instalados 12 contentores de mil litros para acondicionar os resíduos recicláveis. O objetivo é evitar que sacos sejam rasgados e o lixo espalhado pelas ruas.

“Devemos ressaltar que o Recicla Niterói é um projeto pioneiro e muito importante, mas há outras modalidade que vem sendo desenvolvidas há muito tempo, como o Comunidade Sustentável, que está avançando cada vez mais por toda a cidade, o PEV (Programa de Entrega Voluntária), o PES (Programa de Entrega sustentável), Rotas de Coleta, Coleta Seletiva nas Escolas e Porta a Porta, que é o mais antigo e que levou Niterói a ser a primeira cidade do país a ter um programa de reciclagem. Também foi lançado nesta gestão o painel interativo que deixa todos os dados transparentes sobre a Clin para que qualquer cidadão possa consultar as informações, é só acessar o nosso site”, detalha o presidente da Clin, Luiz Fróes.
Os novos contentores terão a presença de um funcionário, de segunda a sábado, que ficará no local para orientar a população sobre o descarte correto dos resíduos com informativos visuais. Os recicláveis serão encaminhados ao galpão da cooperativa, na rua Padre Anchieta, para que os catadores cadastrados possam trabalhar na separação e organização destes materiais.

Luciana Freitas, 52 anos, moradora de Icaraí, falou sobre a importância da chegada ao bairro do programa Recicla Niterói.

“Meu prédio não participa da coleta seletiva mas eu quero que façam adesão ao que a Prefeitura faz . Venho conversando com a síndica sobre a importância da separação de resíduos. Adorei ver esses contêineres aqui instalados ao longo da via. Já até trouxe todo material reciclável que eu já havia separado lá em casa. Espero que a população participe”, opina.