Por bferreira

Porto Alegre - A seis meses das eleições, a presidenta Dilma Rousseff mira na política econômica do seu governo para reverter queda de popularidade revelada por recentes pesquisas. Ontem, dois dias após o IBGE divulgar levantamento apontando alta de preços, Dilma rebateu, afirmando que o governo federal mantém “sistematicamente a inflação controlada”.

A presidenta disse ainda que o país vive uma situação de “baixa vulnerabilidade” em relação à economia mundial e que tem uma “robustez fiscal”. As afirmações foram feitas durante visita da chefe do Executivo a Porto Alegre (RS), onde participou de inauguração de obra de saneamento básico.

O discurso de Dilma está afinado à estratégia que o seu partido, o PT, quer adotar, ao destacar aspectos positivos da economia brasileira. As mensagens terão como alvo o eleitorado e os empresários. Segundo o Blog do Kennedy, do portal iG, para tentar segurar o apoio do grande empresariado na campanha eleitoral, o PT prometerá um ajuste econômico no segundo mandato de Dilma mais suave do que numa eventual administração do PSDB.

O recado ao empresariado nacional será o seguinte: com Dilma, os ganhos dos grandes grupos econômicos seriam menos afetados.

Numa simulação feita por petistas num cenário com tucanos no poder, de acordo com o iG, o BNDES não teria mais poder de fogo para fazer empréstimos. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal também reduziriam seus financiamentos ao setor privado. Os juros seriam mais altos. Aconteceria repasse rápido da defasagem dos preços da energia e dos combustíveis, o que beneficiaria os acionistas, mas geraria alta maior ainda da inflação. Haveria impacto sobre a renda e o emprego, esfriando a economia.

O recado atinge diretamente Aécio Neves, pré-candidato tucano, que recentemente disse não temer adotar medidas impopulares.Segunda-feira, no Rio, Aécio terá a chance de expor sua plataforma econômica a empresários em encontro na Firjan.

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