Distrito Federal - Antes dado como certo, o apoio do PR à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) está ameaçado. O líder do partido na Câmara, Bernardo Santana, é mineiro, assim como o presidenciável tucano Aécio Neves. A proximidade entre os dois na política local pode se transformar em uma aliança nacional entre os dois partidos. Mas há também quem aposte que tudo não passe de um blefe do parlamentar que, no mês passado, fez barulho ao divulgar um manifesto em defesa do “volta Lula”. Entre a preferência por Lula ou Aécio, a certeza é que o parlamentar usa o momento para pressionar o governo federal. O PR controla o Ministério dos Transportes, sob o comando de César Borges, mas esteve ao lado de Eduardo Cunha (RJ) quando o líder do PMDB articulou a criação do “Blocão”.
Assim como deputados de outros partidos participantes do bloco, que ameaçava deixar a base do governo e votar de forma independente na Câmara, os parlamentares do PR reclamam de serem pouco ouvidos pela articulação política do governo. A crise entre o partido e os petistas pode ter reflexo também nos Estados. Em São Paulo, o ex-ministro Alexandre Padilha, candidato ao Palácio dos Bandeirantes, chegou a filiar aliados ao PR para criar alternativas de vice para sua chapa. Também sondados pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que busca a reeleição, os líderes do PR paulista já cogitavam se aliar aos tucanos no Estado, independentemente do quadro nacional. Uma possível aliança com Aécio serviria para o partido confirmar a participação na chapa de Alckmin, de quem integra a base na Assembleia Legislativa.
À caça de aliados
O ex-ministro Alexandre Padilha tem dito que busca formar a frente mais ampla possível em torno de sua candidatura. Uma das metas é atrair todos os partidos da base da presidente Dilma que não lançaram candidatura própria. Por enquanto, além do acerto com o PC do B, o mais próximo de acordo é o PP.
Governador fica à espera de um elogio
Durante o lançamento do hangar onde será montado o KC-390 - jato multimissão que a Embraer produzirá na unidade de Gavião Peixoto - o prefeito da cidade paulista, Gustavo Piccolo (PHS), não escondeu a alegria de dividir o cerimonial com a presidente Dilma Rousseff e com o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Mas, deixando o protocolo de lado, elogiou a política de inclusão do governo federal. “Presidenta Dilma, espero que a senhora continue na luta por um país mais democrático e justo. Áustera onde deve ser, mas sem perder a ternura”, discursou. Alckmin bem que esperou uma saudação mais emocionada do prefeito, mas não recebeu.
A arte de constranger o partido
O deputado Pastor Eurico (PSB-PE) tem demonstrado uma vocação para constranger o presidenciável de seu partido, Eduardo Campos. Ontem, na CCJ, o evangélico acusou a apresentadora Xuxa de ter feito um filme pornô nos anos 1980. Ele se referia a “Amor, Estranho Amor” - polêmico, mas não pornográfico -, de Carlos Reichenbach. Após o ataque, o PSB decidiu afastá-lo da comissão. Ele também já havia irritado os socialistas ao reapresentar o projeto da “cura gay”.
Campos critica empresa que era comandada pelo PSB
Em visita à cidade de Paulo Afonso (BA), o candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, criticou o “esvaziamento” de estatais como a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e a Companhia Hidro Elétrica de São Francisco (Chesf). O PSB foi responsável pela gestão da Chesf durante quase 10 anos, nos governos Lula e Dilma.
“Tenho o compromisso de defender Manaus como se eu fosse uma onça parida defendendo os seus filhotes”, Artur Virgílio Neto, prefeito de Manaus (PSDB), ao explicar porque ainda não oficializou seu apoio à reeleição do governador do Amazonas, José Melo (PROS)
Com informações de Brasil Econômico, Gilberto Nascimento e Leonardo Fuhrmann