Por clarissa.sardenberg

Rio - O presidente do PT, Rui Falcão, disse nesta quarta-feira que o partido não teme a CPI ou outra investigação sobre a Petrobras. Falcão ressaltou que os desvios na Petrobras já são objeto de investigação por outros órgãos. “Tudo o que havia para ser investigado tem sido investigado a exaustão pelo Ministério Público, pelo Judiciário, pela Polícia Federal, pelo juiz Sérgio Moro”, disse.

Falcão questionou a necessidade de uma investigação, considerada por ele como um instrumento político da oposição. “É um direito da oposição, dos partidos políticos, fazerem quantas CPIs entenderem, não é o caso de São Paulo onde não se instalam CPIs de conteúdo investigativo porque o PSDB, que tem o controle da Assembleia [Legislativa], nunca permitiu”, ressaltou Falcão.

Além do pedido de abertura da CPI da Petrobras, também foram protocolados pedidos para mais três comissões de inquérito na Secretaria-Geral da Mesa da Câmara. O PR pediu a criação de uma CPI para investigar a divulgação de pesquisas eleitorais e seu reflexo no resultado das eleições, a partir do processo eleitoral de 2000. Já o PSOL quer investigar denúncias de irregularidades nos serviços de planos de saúde prestados por empresas e instituições privadas. O PT protocolou pedido de uma comissão destinada a apurar as causas e razões da violência no Brasil e propor medidas para sua redução.

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Rui Falcão considera CPI um instrumento político da oposiçãoAgência Brasil

Oposição vê renúncia como tardia

A renúncia da presidenta da Petrobras, Graça Foster, repercutiu diferentemente entre parlamentares da oposição e da base de apoio ao governo na Câmara dos Deputados. Para os oposicionistas, a saída de Graça, que ficou três anos à frente da maior empresa do país, foi tardia. A saída foi anunciada nesta quarta-feira, por meio de nota divulgada pela empresa.

“Pedíamos desde setembro essa saída”, disse o líder do PSBD na Casa, Carlos Sampaio (SP), após o anúncio de que Graça Foster e cinco diretores da petroleira renunciaram ao cargo. Segundo Sampaio, ela foi demitida por ter cumprido "a missão de limpar a barra do governo" nos casos de corrupção envolvendo a estatal.

Já o presidente do PT, Rui Falcão, disse que a saída foi no momento oportuno de “foro íntimo”. Para ele, é importante fortalecer a Petrobras. "É uma empresa que tem recursos, inclusive para o futuro do país. Há uma tentativa muito grande de desmerecer a Petrobras como empresa pública. Temos que manter as políticas de conteúdo nacional da Petrobras, que garantem empregos e garantem o crescimento do país”, defendeu o petista, para quem as críticas da oposição estão voltadas para privatizar a empresa e retirar da estatal a condição de "operadora única do pré-sal e do regime de partilha".

Em nota, o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), disse que a insistência em manter Graça Foster na presidência gerou especulações de que ela foi conivente com os desmandos na empresa. “Primeiro, ela negou que houvesse qualquer tipo de irregularidade na estatal, e logo depois a denúncia do Ministério Público mostrou envolvimento de três ex-diretores: Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa e Renato Duque”.

Com informações da Agência Brasil

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