Por tiago.frederico

Brasília - Representantes dos caminhoneiros que participaram de reunião com governo e empresários na quarta-feira avaliaram positivamente as propostas apresentadas e estão orientando os caminhoneiros a acabar com os bloqueios nas estradas antes de novas negociações, mas o líder do chamado Comando Nacional dos Transportes disse que as promessas não foram aceitas.

Nesta manhã, ainda havia 57 bloqueios em 27 rodovias federais no Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, segundo o "Bom Dia Brasil", da TV Globo. Na véspera, eram mais de 90 pontos de bloqueio em dez Estados.

Caminhoneiros realizam bloqueios em diversas rodovias do paísDivulgação

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) do Rio Grande do Sul, há 27 trechos interditados pelos manifestantes nas BRs-101, 116, 158, 285, 386, 392, 468, 470 e 272.

Em Santa Catarina, ainda há 11 pontos de bloqueios com interdição parcial das pistas. Os caminhoneiros ocupam trechos das BRs-116, 282, 470, 158 e 163.

Na BR-163, em Mato Grosso do Sul, manifestantes bloqueiam os quilômetros 256, 267 e 270, em Dourados, e os quilômetros 614 e 618, em São Gabriel do Oeste. Na BR-463, no quilômetro 102, em Ponta Porã, também há interdição total.

Em Mato Grosso, dez interdições iniciadas nesta quarta-feira continuam nas BRs-364, 163 e 70. Segundo a PRF, os manifestantes estão liberando a passagem de caminhões com carga viva e produtos perecíveis, carros de passeio e ônibus.

Leia mais: Diesel sem reajuste e crédito liberaram as estradas do país

O governo prometeu sanção sem vetos da lei que reduz custos dos setor e carência de 12 meses para o pagamento de financiamentos de caminhões. Também será criada uma tabela referencial de frete por meio de negociação entre empresários e caminhoneiros, que pediram a mediação do governo para isso.

Além disso, a Petrobras garantiu seis meses sem aumento do diesel.

A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) disse que considera que houve avanços históricos em pontos das reivindicações e que está levando a proposta via rádio aos caminhoneiros para que eles decidam se desbloquearão as estradas ou não.

Protesto de caminhoneiros nesta quarta-feira na rodovia BR-381%2C em Betim%2C Região Metropolitana de Belo Horizonte%2C em Minas GeraisReuters

A orientação é que os caminhoneiros acabem com os bloqueios para avançar nas negociações com o governo antes da próxima rodada de negociação, que ocorrerá em 10 de março, para discutir os pontos que não foram atendidos.

Apesar de ter avaliado positivamente a proposta do governo, a CNTA não garantiu que os bloqueios vão acabar, uma vez que o movimento foi iniciado de forma autônoma e espontânea pelos caminhoneiros.

Já Ivar Luiz Schmidt, líder do movimento Comando Nacional do Transporte, disse à Reuters que não aceitava os termos do acordo.

Schmidt disse que seu movimento "não aceitou nenhum dos termos que o governo propôs". "Nós continuamos o movimento", disse ele, afirmando ter o comando de pelo menos 100 pontos de bloqueio em rodovias federais e estaduais.

Ele disse que aguarda um novo contato com o governo para tentar retomar as conversas. Schmidt não participou na quarta-feira da reunião entre governo, empresários e representantes dos caminhoneiros.

O governo, por seu lado, disse que as propostas serão efetivadas somente com o fim dos bloqueios. "Só vai ser cumprido o que nós combinamos na hora que forem liberadas as estradas, disse o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, segundo a Agência Brasil.

Os protestos de caminhoneiros, que entraram em seu nono dia nesta quinta-feira, prejudicavam o abastecimento de diversas mercadorias, como alimentos e combustíveis, com reflexos nas exportações do país.

Com informações da Reuters e da Agência Brasil.

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