Rio - Servidores do Ministério da Cultura iniciaram nesta segunda-feira uma greve para reivindicar a negociação de gratificações por titularidade e equiparação salarial com servidores da Agência Nacional de Cinema e da Fundação Casa Ruy Barbosa, entre outras pautas.
Segundo o presidente da Associação dos Servidores do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), André Angulo, o movimento paralisou todos os museus administrados diretamente pelo Ibram, justamente quando foi iniciada a 12ª Semana Nacional de Museus, que conta com programação especial, em todo o país, de hoje até 18 de maio, o Dia Internacional do Museu. "A greve começou hoje e está forte no Brasil inteiro. Os museus do Ibram não vão abrir na Semana Nacional de Museus", afirmou Angulo.
O instituto confirmou que os seus 30 museus não vão abrir durante a greve, mas o presidente do Ibram, Angelo Oswaldo, explicou que o evento tem uma programação que vai além de seus próprios espaços e acervos. "A semana tem quase 1,5 mil dos 3,3 [mil] museus brasileiros participando, com quase 5 mil eventos marcados. Os museus do Ibram não vão abrir, mas esperamos que tantos outros museus públicos e privados continuem as celebrações, que já se tornaram uma tradição no quadro museológico brasileiro", defendeu.
No Rio de Janeiro, 18 museus, institutos e escritórios do Ministério da Cultura estão parados pela greve, que foi deflagrada por tempo indeterminado. Entre eles, estão o Museu Nacional de Belas Artes, o Museu Histórico Nacional e a Biblioteca Nacional, além do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. O ministério ainda não apresentou dados sobre adesão à paralisação.
Os servidores reivindicam também maior participação na formulação das políticas públicas na área de cultura e uma reunião com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (Mpog) para tratar da questão salarial. Segundo Angulo, o Ministério da Cultura sinalizou com a possibilidade de uma reunião ainda nesta semana entre os servidores e os dois ministérios, mas a data não foi marcada.
O Ministério do Planejamento já declarou, contudo, que não vai autorizar aumentos salariais neste ano, para evitar impacto fiscal e porque ainda está em vigor um acordo assinado pela Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef), que garantiu reajuste de 15,4% em três anos – 2013, 2014 e 2015. À frente da greve, a Condsef afirma que um acordo assinado especificamente com os servidores da cultura, no ano anterior, previa negociação das pautas reivindicadas em até 180 dias, o que não aconteceu.