Por felipe.martins

Rio - Os balanços contábeis da Petrobras do terceiro trimestre do ano passado serão apresentados hoje pela direção da estatal. Os dados foram revisados por auditores independentes da empresa Pricewaterhouse Coopers. A petroleira também vai liberar os números auditados do exercício 2014. Os balanços serão analisados pelo Conselho de Administração e divulgados depois do fechamento do mercado. Ainda segundo a empresa, o presidente da estatal, Aldemir Bendine, fará amanhã teleconferência com investidores e analistas brasileiros, de Nova York e de Londres.

O atraso na divulgação está relacionado às investigações da Operação Lava a Jato, que apura denúncias de possível esquema de corrupção na Petrobras. Os números que serão apresentados devem levar em conta as perdas referentes aos desvios. A empresa chegou a divulgar um balanço em janeiro para o terceiro trimestre, depois de adiar por duas vezes a liberação. Mas o documento não havia sido auditado. A estimativa inicial era que de os ativos estavam superestimados em R$ 88 bilhões.

Em janeiro, após adiar a publicação do balanço duas vezes, a Petrobras divulgou resultado não auditado para o terceiro trimestre e estimativa preliminar de que ativos estariam superestimados em R$ 88 bilhões. A conta, no entanto, não mostrava quanto dos recursos teriam sido desviados e relacionados a problemas na execução de projetos e mudanças no câmbio.

Na última segunda-feira, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, mostrou confiança de que com a publicação do balanço auditado da Petrobras, que deve ocorrer hoje, “acabe com as preocupações” dos investidores sobre a capacidade da estatal em reagir ao cenário turbulento que combina queda do preço do petróleo com a descoberta de um complexo esquema de corrupção, exposto na Lava Jato.

“A expectativa é que a Petrobras conseguirá superar a questão dos resultados auditados, e isso será muito bom para a empresa, porque acabará com as preocupações”, disse em evento da agência Bloomberg, em Nova York.

Levy também mencionou que parte relevante no esforço de reconstrução da credibilidade perante investidores se dará com uma ampla reformulação no quadro de conselheiros da estatal, que incluirá, segundo o ministro, mais membros do setor privado.

“A governança continuará a ser melhorada, assim como a expectativa de ter novo conselho que será formado por pessoas do setor privado e que podem dedicar mais tempo a supervisionar a companhia”, mencionou o ministro.

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