Por daniela.lima

Vaticano - O presidente de Israel, Shimon Peres, e o líder da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, se cumprimentaram com um abraço ontem à tarde, na Casa de Santa Marta, residência do Papa Francisco. Junto com o Pontífice e com o patriarca ortodoxo de Constantinopla, Bartolomeu, eles foram para os Jardins do Vaticano, onde fizeram orações pela paz no Oriente Médio e plantaram uma oliveira, considerada uma árvore sagrada e símbolo da paz.

Shimon Peres (E)%2C Mahmoud Abbas%2C Papa Francisco e Bartolomeu plantam uma oliveira no fim do encontro%2C para simbolizar o desejo de paz Reuters


O convite para o encontro havia sido feito há um mês pelo Papa, durante sua visita à Terra Santa. Em pé, entre Peres e Abbas, o Pontífice pediu que sejam derrubados os muros da inimizade. “É preciso mais coragem para fazer a paz do que a guerra. É preciso coragem para dizer sim ao encontro e não ao confronto; sim ao diálogo e não à violência; sim à negociação e não à hostilidade; sim ao respeito dos pactos e não às provocações”, disse ele,após as orações.

Tanto Peres como Abbas afirmaram que seus povos desejam muito a paz. ‘Uma paz entre iguais”, declarou o presidente israelense. “Uma paz para nosso povo e para nossos vizinhos”, completou o presidente da Autoridade Nacional Palestina.

Segundo o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, a reunião é uma possibilidade de relançar o processo de paz paralisado no Oriente Médio. Ele minimizou qualquer expectativa de que o encontro entre Shimon Peres e Mahmoud Abbas leve a avanços imediatos e declarou que o Vaticano não está se intrometendo em questões regionais. Também enfatizou que a reunião não era um ato político, apesar do Pontífice deixar claro o desejo de que os dois presidentes respondam aos anseios de paz de seus povos.

Um dos organizadores do encontro e encarregado dos lugares católicos na Terra Santa, o padre Pierbattista Pizzaballa disse que ninguém é presunçoso o suficiente para pensar que a paz será estabelecida no dia seguinte. “A intenção é reabrir uma estrada que foi fechada por algum tempo, para recriar um desejo, uma possibilidade, para fazer as pessoas sonharem”.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não participou do encontro e recusa relações com o governo palestino de unidade nacional, apoiado pelo grupo islâmico Hamas. Peres deve deixar o cargo mês que vem.

Você pode gostar