Por paulo.lima

Austrália - Estados Unidos e Europa ameaçaram a Rússia, neste domingo, na cúpula do G20 realizada em Brisbane, na Austrália, com mais sanções por seu envolvimento no conflito na Ucrânia. "A Rússia tem a oportunidade de tomar outro caminho (na Ucrânia). Se o fizer, serei o primeiro a apoiar a suspensão das sanções", disse o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em entrevista coletiva após o encerramento da cúpula.

"Não é nossa preferência o isolamento da Rússia", prosseguiu Obama, que garantiu por outro lado que, enquanto continuar a venda de armas às forças pró-Rússia e outras ingerências de Moscou, "o isolamento (econômico) continuará". Enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, deixava Brisbane antes do encerramento da cúpula, os Estados Unidos se reuniam com seus aliados europeus para analisar a situação na Ucrânia.

O presidente americano fez críticas à Rússia com relação à UcrâniaReuters

Em setembro, o governo ucraniano e os rebeldes pró-Rússia assinaram um cessar-fogo em Minsk, mas os combates continuaram. A Ucrânia, junto com a Europa e os Estados Unidos, acusa o governo russo de apoiar os rebeldes com tropas e armas, o que foi negado pelo mesmos. "Se continuar desestabilizando a Ucrânia, haverá mais sanções", afirmou o primeiro-ministro do Reino Unido, que destacou que Putin pode tomar outros caminhos, como o reconhecimento da Ucrânia "como um espaço político único" que é preciso ser respeitado.

O presidente russo também ouviu reprimendas de outros líderes, como o canadense Stephen Harper. "Suponho que te estenderei a mão, mas só tenho uma coisa a lhe dizer: 'Você tem que sair da Ucrânia", disse Harper. Obama, junto com os primeiros-ministros de Austrália e Japão, Tony Abbott e Shinzo Abe, respectivamente, também pediu no sábado justiça para as vítimas do voo da Malaysia Airlines derrubado no leste da Ucrânia com 298 pessoas a bordo, ataque sobre cuja autoria se acusam mutuamente o exército ucraniano e as milícias pró-Rússia.

As advertências de Obama e dos demais líderes foram feitas depois de Putin afirmar, também em Brisbane, que a imposição de sanções "prejudica todas as partes". Apesar das críticas, Putin exibiu um semblante tranquilo durante a cúpula e até se mostrou otimista quanto à possível solução do conflito ucraniano. Ele afirmou que fará todo o possível para evitar uma escalada da tensão e melhorar a situação no leste da Ucrânia, e a que "se veem tendências, condições e progressos promissores".

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