Família visita pela última vez carioca que será executado na Indonésia
Marco Archer foi preso em 2004 tentando entrar com 13 quilos de cocaína. Autoridades da Indonésia estão preparando a execução do brasileiro e mais cinco por tráfico de drogas
Por tamara.coimbra
Indonésia - A família do carioca Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, que será executado na madrugada deste domingo no horário local (por volta das 15h deste sábado) na Indonésia fez a última visita ao brasileiro na prisão. Os parentes chegaram neste sábado na Ilha de Java.
As autoridades da indonésias estão terminando os preparativos para a execução de seis condenados à morte por tráfico de drogas. Entre eles está o carioca Marco Archer que em 2004 foi pego tentando entrar no aeroporto de Jacarta com 13,4 quilos de cocaína. A droga foi descoberta pelo raio-x, no Aeroporto Internacional de Jacarta. O brasileiro conseguiu fugir do aeroporto, mas foi preso duas semanas depois. A Indonésia pune com pena de morte o tráfico de drogas.
Seis pelotões de fuzilamento estão preparados para a execução. O governo indonésio também preparou atenção religiosa, de acordo com a crença de cada preso. Os outros condenados são um holandês, dois nigerianos, um vietnamita e um indonésio. No dia 30 de dezembro foram rejeitados os pedidos de clemência para os seis condenados.
Praseyto, procurador-geral indonésio, disse que cinco dos presos foram transferidos para a penitenciária de Nusakambangan e um sexto para a prisão de Boyolali, ambas na Ilha de Java, onde as sentenças deverão ser executadas. “Isso vai enviar uma mensagem aos membros dos cartéis de droga. Não há clemência para os traficantes”, acrescentou.
Estas são as primeiras de 20 execuções que as autoridades indonésias vão fazer este ano, depois de, em 2014, não terem executado nenhum condenado.
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A presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, telefonou nesta sexta-feira para o presidente indonésio, Joko Widodo, para pedir pela vida do carioca Marco Archer Cardoso Moreira. Widodo, que insistiu que não perdoaria as condenações à morte por delitos relacionados com o tráfico de drogas, respondeu que “não poderia comutar a sentença” uma vez que tinham sido cumpridos todos os trâmites legais.
Nesta sexta-feira, o governo brasileiro pediu ajuda ao Papa Francisco para tentar demover as autoridades do país asiático de cumprirem a pena de morte imposta ao prisioneiro, mas não restam esperanças.
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A Anistia Internacional (AI) pediu uma moratória da pena de morte a Widodo, que tomou posse em outubro e tem sido considerado por muitos ativistas como uma esperança de mudança no país.
“O novo governo da Indonésia começou com a promessa de melhorar o respeito aos direitos humanos, mas proceder a essas execuções seria um movimento regressivo”, disse o diretor da Anistia Internacional na Ásia, Rupert Abbott.
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Uma dezena de organizações locais enviou carta ao presidente indonésio pedindo o adiamento das execuções. O fundador da organização Fortalecimento e Ação para a Justiça, Rudhy Wedhasmara, disse que a solução para o tráfico de drogas não é a pena de morte, cujas vítimas, segundo ele, são as pessoas em uma posição fraca e vulnerável, e não os chefes de redes de tráfico.
"O Estado não deve colocar o fardo de seu fracasso na luta contra as drogas na pena de morte", disse Wedhasmara, segundo o jornal Kompas.