Alemanha - A promotoria de Düsseldorf, na Alemanha, informou nesta sexta-feira que o copiloto que derrubou deliberadamente o avião da Germanwings tinha um atestado médico de dispensa de trabalho por doença que havia ocultado da companhia, assim como outros documentos que demonstravam que ele estava sob tratamento. Fontes da promotoria negou que tenha sido encontrado uma carta de despedida durante a revista realizada em sua casa.
Segundo um comunicado divulgado por investigadores alemães, Andreas Lubitz, de 28 anos, tinha um atestado médico para não trabalhar no dia da tragédia. Além disso, ele teria destruído notas de médicos que diziam que ele não estava bem para trabalhar na área. Não foi informado o teor das condições médicas que o copiloto sofria.
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Policiais fizeram uma busca na noite desta quinta-feira no apartamento de Andreas em Düsseldorf, além da casa onde ele morava com os pais em Montabaur, no Norte de Frankfurt. Na ocasião, vários itens foram retirados, incluindo caixas e um computador, das duas propriedades. De acordo com a imprensa alemã, os investigadores descobriram provas de problemas de saúde mental.
O jornal Bild relatou que nos registros médicos confidenciais mostram que o copiloto passou por um "grave episódio depressivo", que se refere à necessidade do sujeito de se submeter a "revisões médicas regulares". Porém, ele interrompeu seu tratamento diversas vezes em 2008. Segundo o tabloide, Lubitz precisou passar por um tratamento psiquiátrico por um ano e meio. Além disso, o copiloto estaria vivendo em "uma pesada crise no relacionamento com sua namorada que o atingiu profundamente".
O Bild informou ainda que a Lufthansa (matriz da Germanwings) já sabia que Lubitz "precisava de particulares controles médicos que deviam ser efetuados com regularidade", pois em sua licença de voo havia a sigla "SIC", específica para esse tipo de transtorno. O CEO da Lufthansa disse nesta quinta-feira que o copiloto só voltou a treinar depois de ter tido sua adequação "restabelecida", em 2008.
A mídia alemã ressaltou também que o copiloto havia sido julgado, há seis anos, por "indiscrições não idôneas em um voo", durante o treinamento na escola de aviação da Lufthansa em Phoenix, nos Estados Unidos. Eles usam como fontes alguns membros da companhia aérea alemã.
O presidente da Associação de Pilotos da Aviação Civil pediu que não fossem tomadas conclusões antecipadas antes da leitura das duas caixa-pretas.
A afirmação da Procuradoria de Marselha de que Lubitz derrubou, de maneira "deliberada" o avião, ganhou mais um dado importante. O site "Flighradar24", que monitora todo o cenário da aviação mundial, afirma que o transpônder da aeronave foi reprogramado para perder altitude: de 38 mil pés para 100 pés, o mínimo possível.
"Entre as 9:30'52" e as 9:30'55", o piloto automático foi modificado manualmente dos 38 mil pés para os 100 pés. Nove segundo depois, o avião começou a descer, provavelmente com o botão de descida aberto", publicou o portal.
Com informações da EFE e do iG