
Cerca de 25 minutos depois do incidente, começou um intenso bombardeio russo contra a região. Na área, a 40 quilômetros ao nordeste da cidade portuária de Latakia, onde está uma base aérea russa e muito próxima da fronteira com a província turca de Hatay, ocorrem desde ontem combates entre o regime sírio e as milícias turcomanas, que contam com o apoio do governo da Turquia.
Na manhã desta terça-feira, os turcomanos conquistaram três colinas, enquanto seguem sendo registrados confrontos em uma quarta, afirmou a "CNNTÜRK". O governo da Turquia garante que o avião russo, que caiu em território sírio perto da divisa entre os dois países, foi abatido porque violou seu espaço aéreo e ignorou às diversas advertências.
Segundo um comunicado divulgado pela cúpula militar da Turquia, a aeronave teria invadido o espaço aéreo do país por volta das 9h20 locais (5h20 em Brasília) em Yaylagad, na província de Hatay, apesar de dez advertências enviadas em um período de cinco minutos.
A Rússia confirmou que o Su-24 foi derrubado, mas nega as acusações do governo turco e afirma que em nenhum momento o avião violou o espaço aéreo. Especialistas consultados pela "CNNTÜRK" acreditam que o bombardeiro russo cruzou uma "protuberância" do território turco de apenas três quilômetros no extremo sul de Hatay, próximo de onde estão sendo registrados os combates entre turcomanos e as tropas sírias.
Os turcomanos, uma minoria síria que fala turco, recebem apoio da Turquia, enquanto os aviões russos respaldam o regime de Assad, o que acrescenta complicações diplomáticas ao incidente. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, chegaria a Ancara na noite de hoje para se reunir amanhã com autoridades turcas. No entanto, não está claro se a visita será mantida após o ocorrido. O primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, ordenou que o Ministério das Relações Exteriores do país leve o caso à Otan e à ONU, informou a agência "Anadolu".