Por felipe.martins

Rio - A prisão de quase uma centena de torcedores que se engalfinharam antes do clássico entre Fluminense e Vasco, nos arredores do Engenhão, há quase uma semana, deveria ter sido símbolo de novos tempos no combate a brigões de estádios. Deveria, mas não foi: o desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, da 7ª Câmara Criminal, determinou a soltura dos valentões, vedando-lhes, porém, o acesso a estádios.

É errado criticar o magistrado pela decisão tomada — em caráter liminar, frise-se, o que não garante a liberdade deste grupelho. Mais prudente é discutir a lei que rege esses casos e na qual o desembargador se baseou para desencarcerar os brigões. É conveniente debater como torná-la mais rigorosa, pois hoje a polícia e a Justiça não têm muito como avançar contra esses marginais.

O processo, hoje, é um enxugamento de gelo. Prender por 48 horas dificilmente incutirá juízo nos brigões, que praticam atrocidades não por paixão ao clube, mas pela simples sanha de agredir. Obrigá-los a ficar na polícia, como propôs o desembargador, também parece não ter muita eficácia. Esse vácuo escancara a porta para a pancadaria, que afasta os reais torcedores e as famílias dos estádios, já esvaziados por causa do alto preço dos ingressos e pela má qualidade dos jogos.

Não é fácil mudar leis, mas um esforço para varrer a violência do futebol é mais que bem-vindo. É questão de sobrevivência para o esporte mais amado do Rio e do Brasil.

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