
Reinaldo Nunes de Souza, 27 anos, que dirigia um Golf amarelo, foi encontrado morto por agentes do Corpo de Bombeiros às 6h de ontem. Amigos da vítima, os irmãos Edson Zano Jacobino Junior, 24, e João Pedro Jacobino Junior, 15, estavam em uma Saveiro branca e também foram arrastados. Edson conseguiu nadar e foi levado para o Hospital de Itaperuna. João Pedro continua desaparecido e a correnteza dificulta as buscas.
Altacir de Souza, tio de Reinaldo, afirma que a fatalidade é uma ‘ironia do destino’. “Há 10 anos o trecho era uma ponte de madeira e isso nunca aconteceu. Justo agora, com o local aterrado, uma fatalidade acontece”, lamenta. Ele conta que ônibus escolar havia passado pelo trecho minutos antes do acidente. “A tragédia podia ser maior”, disse.

De acordo com Alexandre Alcântara, secretário de Defesa Civil de Bom Jesus de Bom Jesus do Itabapoana, “o trecho era protegido por uma manilha de cinco metros de diâmetro, mas, mesmo assim, a força das águas foi tão forte que a estrutura não aguentou”. O secretário disse que as famílias desabrigadas estão sendo levadas para a Escola Anacleto José Borges. Os familiares das vítimas acompanham de perto o trabalho dos bombeiros nas buscas.
O temporal também fez com que os municípios de Itaperuna e Porciúncula sofressem estragos. Em Porciúncula, cerca de oito famílias estão desabrigadas e um bairro foi inundado. No município de Itaperuna, dezenas de famílias estão ilhadas e cinco estão desabrigadas. As maiores preocupações são os deslizamentos nas áreas de encosta, sobretudo se forem confirmadas as previsões de chuva para os próximos dias. O Rio Muriaé permanece a 20 cm da cota de transbordamento. Várias ruas têm pontos de alagamento.

Em São Gonçalo, cerca de 90 funcionários do Departamento de Conservação e Obras limparam ruas e desobstruíram bueiros. O secretário de Infraestrutura, Antônio José Sobrinho, pediu à população que não jogasse lixo na rua. “Estamos fazendo um mutirão na cidade para evitar enchentes”, disse. Em Petrópolis, das 35 ocorrências registradas entre quarta e quinta-feira, 70% já foram atendidas. No bairro de Independência, uma moradia está interditada — os moradores foram levados para a casa de parentes.

Em Macaé, no Norte Fluminense, a Defesa Civil implantou uma base com cinco equipes técnicas para atender às chamadas de emergência da população na Praça Washington Luiz, no Centro. Já são 116 desabrigados. O órgão segue monitorando 15 casas, sendo sete no Morro de Santana.
Já em Varre-Sai, Noroeste Fluminense, pelo menos 100 pessoas estão desalojadas, vivendo em casas de parentes e amigos. Duas casas foram destruídas após deslizamento de terra e cinco estão comprometidas.