Em todo o país, se implementou uma “guerra” que transcendeu as opiniões, pois, na prática, se criaram rótulos cada vez mais latentes e passou-se a considerar inimigo todos que não pensam de forma igual. É triste reconhecer, mas, mergulhados em tanta insatisfação pelas roubalheiras e desrespeito de autoridades aos direitos dos cidadãos, também perdemos a mão, o bom senso.
Familiares se desentenderam, amigos romperam e, mais do que nunca, caímos na armadilha de dividir, quando, em verdade, a nossa missão é de somar. Agregarmos valor na vida uns dos outros. Dinheiro e poder só nos separa e são algozes da humanidade desde os primórdios.
No entanto, devemos refletir até onde isso vai nos levar. Entre ter razão ou paz é melhor a segunda opção. Devemos refletir sobre isso.
Para piorar veio a pandemia, o isolamento e os nervos andam à flor da pele. Brigas, violência contra mulheres, gays, negros. A sociedade em geral está se agredindo como se irracionais fôssemos.
Entre discursos de esquerda e direita se perdeu a capacidade de raciocínio, de ponderação. Provamos que os extremos nos levam à cegueira, a uma visão limitada e que nos induz à incompreensão e falhas muitas vezes irreparáveis.
A visão centrada que hoje se faz necessária nos levará a calmaria, a benevolência. Chega de confronto e, muito menos, de morte, principalmente num ano cuja a sensação é de overdose de óbitos.
Devemos caminhar para a bonança. Sim, aquela mesmo que vem depois da tempestade. Aqueles que insistiram no discurso descompensado, autoritário, e agressivo, como o presidente americano Donald Trump, teve uma resposta negativa.
Isso demonstra que as pessoas cansaram. No geral, ninguém quer mais ódio. Consciente ou inconscientemente buscamos tempos mais amenos. Vivemos uma pandemia sem precedentes e com as vacinas chegarão a esperança de dias melhores. E que cada um de nós possa lembrar de 2020 como uma oportunidade que a vida nos deu para sermos melhores, mais compreensivos e equilibrados.
*Jornalista e empresário