Opina 23 dezembro - Arte Paulo Márcio
Opina 23 dezembroArte Paulo Márcio
Por Fábio Soares*
Antes disso, vamos relembrar. Tudo “normal”, vida seguindo, tudo certo, de vento em popa, mercados crescendo e se desenvolvendo satisfatoriamente, mas algo era escasso.... o tempo. Lembram-se disso? Faltava-nos aquele período do ajuste fino, a análise do mérito. Tudo acontecendo em grande velocidade, encaixado no fluxo da produtividade perfeita, como as águas em direção ao mar.
E mesmo assim, nos escapava o tempo da observação, aquele momento do aprimoramento. O planejamento foi sendo esmagado, estava sem vez, tudo acontecendo ao vivo, em tempo real, o improviso virando regra, as empresas operando no repente.
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E agora? Que novo normal é esse? O tempo está diferente? A resposta é sim. Encontramo-nos de frente a uma excelente oportunidade para construir uma nova divisão de tarefas domésticas além das empresariais. Cuidado com os filhos, com os idosos e com seus funcionários também, em busca de uma sociedade mais igualitária, justa e corporações mais equilibradas.
Podemos olhar a situação atual como um convite para perceber essa crise não apenas como uma situação difícil, mas também como oportunidade. Fica a reflexão: já que fomos obrigados a reinventar, o que realmente importa? O que precisa ser feito?
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O fato é que o vírus bloqueou grande parte do mundo em casa e transformou comportamentos. O coronavírus colocou a humanidade em cheque e nos fez refletir sobre nossas prioridades. Fomos obrigados a mudar, ainda que temporariamente, a anomalíssima normalidade da civilização humana. Devemos evoluir, reprogramar o futuro de nossas empresas. Que rumo queremos para elas?
Esse é o momento da reprogramação. É a hora do retrofit, onde devemos aprimorar a qualidade e evoluir com o que já existe. No campo da física, existe uma significante diferença entre velocidade e aceleração. O comércio parou, e independente da velocidade, sua retomada será acelerada. Podemos decodificar esse complexo cenário pandêmico como o freio de aceleração. Freamos e logo vai acelerar.
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Apesar da situação global ainda estar delicada, percebemos a volta da confiança do empresariado além de muitos indicadores que já apontam para a recuperação da Economia.
O Sistema Fecomercio do Rio, por exemplo, não parou. Com austeridade, miramos no desenvolvimento e fortalecimento da instituição. Nos reinventamos, estamos reprogramados e oferecendo por meio do Sesc e Senac, diversos novos serviços à sociedade e aos funcionários do comércio. Investimos em qualificação profissional, em infraestrutura e inauguramos os restaurantes do Norte Shopping e BarraShopping para atender os funcionários das lojas com alimentação saudável e preço justo.
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Entre outras iniciativas na Cultura, Saúde, Educação e Lazer, apostamos em melhorias e adequações em nossos quatro hotéis do Sesc, para a nova realidade do setor turístico. Estamos com protocolos de segurança sanitária e de comunicação em nível elevado, que são vitais para trilharmos um caminho seguro para o retorno às atividades.
Estamos melhores do que éramos antes. Do mar a serra, oferecemos hospedagem e turismo social em Copacabana, Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis. E continuemos alertas, em tempos líquidos, assim como a água, tudo muda rapidamente.

*É diretor de Desenvolvimento Institucional do Sesc/RJ