O principal equívoco aprovado ocorreu no desconto previdenciário para reformados por invalidez. Antes, havia isenção para militar estadual na inatividade com vencimentos abaixo do teto do INSS. Mas, desde o ano passado, o desconto passou a ser aplicado, e foi reajustado para quem já pagava, incidindo sobre a integralidade dos vencimentos de inativos e pensionistas. É justamente para reverter esse retrocesso que apresentei o Projeto de Lei 3024/2020.
A proposta é adotar o modelo antigo seguido pelos estados, aplicando a cobrança previdenciária somente aos militares inativos reformados por invalidez decorrente do exercício da função, que excedam o teto do INSS. Não somente isso, prevê que a contribuição incida sobre quem já estava em inatividade na data de publicação da nova Lei 13.954/2019, e que o militar possa optar, no prazo de 30 dias, pela não incidência da alíquota nova, se resguardando a formular a contribuição pelo cálculo aplicado anteriormente.
A Justiça, em decisões individuais, já definiu que a cobrança sobre o valor total é inconstitucional. Na condição de deputado, trabalho para garantir que, através de mudanças na legislação, policiais e bombeiros militares não sejam penalizados.
É também absurdo o tempo mínimo de contribuição dos militares da ativa passar de 30 para 35 anos. Em países onde a Segurança Pública é forte e tratada como prioridade, a média de contribuição é de 25 anos. Para quem já está trabalhando, a nova lei também prevê um pedágio: 17% do tempo que falta para completar 30 anos de serviço. E pelas novas regras, militares estaduais não poderão mais subir de posto ao ir para a inatividade.
O Projeto de Lei 3.024/2020 é um primeiro passo para reverter distorções. Aprová-lo é um ato de respeito aos policiais e bombeiros militares, expostos a ferimentos que causam limitações físicas para desempenhar suas atividades.
Outros projetos similares estão sendo anexados à nossa proposta, fortalecendo a causa e contribuindo para enriquecer as reformas da Previdência. Cada estado deve discutir e votar ainda este ano. No Rio de Janeiro, o governo vai definir as regras para cerca de 60 mil policiais e bombeiros militares da ativa. É momento de angariarmos apoios e lutarmos juntos para assegurar direitos já adquiridos. Afinal, todo esforço contribuirá para conquistas que impactarão futuras gerações.
*É deputado federal pelo PSL-RJ, coordenador da bancada do Rio no Congresso Nacional