Ex-moradora de São João de Meriti, Isa Colli lança seu 32º livro 'Tâmaras e Quibes'  - DIVULGAÇÃO
Ex-moradora de São João de Meriti, Isa Colli lança seu 32º livro 'Tâmaras e Quibes' DIVULGAÇÃO
Por Isa Colli*
A pandemia de covid-19 ainda provoca efeitos na Economia mundial. Vale lembrar que no primeiro semestre de 2020, o comércio fechou as portas em boa parte do mundo, desencadeando queda nas vendas, sentida até hoje. O mercado editorial também foi afetado pela crise. No Brasil, de acordo com dados da empresa de pesquisa de mercado Nielsen e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), o varejo tradicional de livros apresentou maior queda em abril de 2020, com redução em torno de 45%. A partir de julho, o setor mostrou recuperação, tendo atingido o pico de crescimento (25,63%) em setembro, mantendo-se positivo até dezembro.

Já os livros digitais apresentaram aumento nas vendas, superando, inclusive, o desempenho do ano anterior. Em 2019, as livrarias físicas e as vendas online representaram, respectivamente, 50,5% e 17,9% do faturamento do setor editorial. Em 2020, a internet foi responsável por mais da metade das vendas.
É que as editoras brasileiras reagiram criativamente quando a pandemia atingiu o país, com ações promocionais de gratuidade e descontos, com a intenção de servir seus leitores com a oferta de conteúdo a ser consumido durante o lockdown. As vendas perdidas nas lojas físicas, foram compensadas no varejo online.

Outro fator que ajudou na recuperação do mercado editorial após o impacto inicial da pandemia foi a aproximação das livrarias e editoras dos seus leitores através das mídias sociais. Impedidas de realizar lançamentos presenciais, elas organizaram lançamentos virtuais, com boa aceitação do público. Encontros por videoconferência e lives também movimentaram as redes com temas e convidados interessantes.

Para 2021, vislumbro um cenário com ótimas perspectivas. Conversei com vários editores, diretores de distribuidoras e gestores do setor e a expectativa é muito positiva. Wendel Almeida, diretor de uma grande distribuidora de livros, aposta no crescimento ainda maior da venda através do online, o que mostra, segundo ele, que as pessoas estão lendo mais, que o livro é sim entretenimento, remédio e solução para muitos males.
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Ele acredita que pode estar nascendo uma nova livraria física, mais enxuta, de nicho, apostando no atendimento, buscando profissionalização e trazendo o mundo online para dentro de suas estruturas, o que considera o modelo ideal, um modelo híbrido (físico/online). Essa é a nova tendência: livrarias com sites, Marketplace e lojas físicas.

Este ano teremos, entre agosto e setembro, a Bienal Internacional do Rio, um dos maiores eventos literários do mundo, que só será realizado presencialmente sem pandemia. Espero que, até lá, toda a população possa estar vacinada. Anseio, ainda, que não somente as grandes, mas também as pequenas editoras e livrarias possam continuar com fôlego para garantir que os livros cheguem aos leitores, seja no formato impresso ou digital.
*É jornalista e escritora