Aristóteles Drummond, colunista do DIA - Divulgação
Aristóteles Drummond, colunista do DIADivulgação
Por Aristóteles Drummond*
A radicalização ideológica se tornou o câncer das sociedades modernas. Os valores da dignidade, da verdade, da ética, dos resultados práticos em favor da sociedade parecem coisas do passado. A pauta nacional tem andado muito distante do interesse público e a renovação das mesas da Câmara e do Senado faz acender uma luz no fim do túnel. O desgaste da classe política, que é o pilar de uma democracia, estava chegando ao fundo do poço.
Surge uma esperança com a pauta proposta pelo presidente da República e que, mesmo que parcialmente atendida, pode melhorar as condições para a retomada da Economia, com mais justiça, credibilidade e produtividade. O Brasil vai mal em termos de mão de obra qualificada, o que impede melhores salários, e está ainda mal no sistema jurídico, que favorece poderosos que podem pagar bons advogados.
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Nossos códigos foram feitos para alongar ações, garantindo impunidade. Além de gerar uma casta de servidores públicos remunerados direta e indiretamente acima da realidade nacional. Basta um olhar comparativo das instalações dos tribunais com as existentes nos hospitais e universidades.
Os liberais pregam no deserto. O discurso melhorou, mas, talvez, a percepção da urgência das reformas não tenha sido percebida. Dar prazo de outubro para as duas principais, administrativa e tributária, é alongar a agonia da Economia. O ritmo deve ser emergencial, o impulso modernizador e moralizador; não pode cair nos debates demagógicos, no jogo de interesses. Neste momento, a prioridade é crescer, crescer e crescer, empregar e empregar, enxugar gastos públicos e diminuir privilégios que contrastam com o número de excluídos na população.
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O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), talvez sem perceber, atrasou o país ao trancar a pauta no Congresso, ficando no exercício da política menor. O STF se tornou centro de vaidades, decisões incoerentes, divórcio com a aspiração da sociedade pelo fim da impunidade. E mostra uma face cruel do privilégio. Dependendo da mera simpatia ou da antipatia pessoal, os envolvidos em malfeitos são liberados ou permanecem presos.
Para alguns, muda-se o entendimento do início do cumprimento de penas, dando tempo aos intermináveis recursos e manobras escusas; para outros, a imediata condenação, como é evidente o caso do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, escolhido para pagar sozinho por todos que cometeram os mesmos e até maiores crimes. Sem falar nos que são levemente incomodados, sem apuração que os faça pagar, nem que seja pela via fiscal. A Lava-Jato está sem concluir processos em Curitiba e foi abolida.
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Vergonhoso comportamento da oposição quando da visita do presidente da República ao Congresso. Parlamentares feriram o decoro insultando-o. Comportamento de taberneiros de quinta. E nem uma palavra de censura, a começar pela Mesa da Câmara que acabava de ser empossada. Falta de ética, de respeito, coisa de gente desclassificada. E fica por isso mesmo.
A implicância e a crítica inspirada no ressentimento, no ódio, no egoísmo afrontam o país, que reconhece vivermos um bom momento de baixa corrupção, muito trabalho em terminar obras abandonadas e de diminuir a burocracia. É preciso mais patriotismo, solidariedade aos que sofrem e menos ódio nos corações.
Muita gente sofre!
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*É jornalista