Bruno Hallak, gerente de Sustentabilidade CSN Cimentos Brasil Divulgação

Com a crise econômica e a alta no preço dos insumos, um dos desafios da indústria cimenteira era voltar a crescer. E foi o que aconteceu ano passado, quando o setor retomou o patamar de comercialização de dezembro de 2015, com um total de 64,7 milhões de toneladas de cimento vendidas, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC). Mas, manter a curva do crescimento não é a única meta: é fundamental fazer com que a indústria de cimento seja sustentável.
O compromisso de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, com o objetivo de alcançar a neutralidade em carbono até 2050, é um importante desafio que a indústria cimenteira encara de frente, afinal, é responsável por 7% de todo o gás carbônico emitido pelo homem. No Brasil, representa em torno de 2,5%, o que demonstra que, em termos de mudança climática, o parque cimenteiro brasileiro já está bem mais avançado que a média global, sendo, assim, uma referência mundial em menor emissão de CO² por tonelada de cimento produzida.
A descarbonização da indústria do cimento não traz benefícios apenas para o meio ambiente. Esse processo agrega pontos positivos também para operação e finanças das empresas e, como um todo, para a Economia do país. O uso de combustíveis alternativos, como o CDRU (Combustível Derivado de Resíduo Urbano) e biomassa, já evita o uso de milhares de toneladas de combustível fóssil tradicional (mais poluente). A continuidade das pesquisas para o desenvolvimento de novas formas de reduzir as emissões de carbono é outro compromisso forte de todo o setor.
A agenda ESG (Environment, Social and Governance, em português – Meio Ambiente, Social e Governança) veio para reforçar o trabalho já feito pela indústria cimenteira. Muitas empresas há anos já realizam projetos sociais e ambientais nas comunidades do seu entorno. Diversidade, Saúde e Segurança são outros temas primordiais, trabalhados diariamente nas unidades fabris. Todo esse trabalho, realizado com frequência, beneficia quem está dentro e quem está fora dos muros das empresas.
Mesmo com tanto caminho já percorrido, é fundamental que a indústria cimenteira avance mais! Sim, o setor vem investindo desde a década de 1990, eu sei, mas não podemos simplesmente parar para “colher os louros”. Para que a temperatura do planeta não aumente mais de 1,5º C até 2100 é fundamental o investimento em novas tecnologias, como o coprocessamento de combustíveis alternativos para substituir o coque de petróleo, combustível fóssil usado para se obter o principal insumo do cimento. Claro, que tudo isso deve andar junto com o crescimento econômico e de geração de empregos.
A conjunção de todos esses compromissos (econômico, social, ambiental, climático) não é simples, mas é o melhor caminho. Queremos e vamos continuar fazendo da indústria cimenteira do país um modelo para o mundo. E já estamos trabalhando para reduzir ainda mais nossas emissões e termos um mundo mais habitável e saudável para os nossos filhos e netos.
Bruno Hallak é gerente de Sustentabilidade CSN Cimentos Brasil