Segunda opinião Divulgação

Desde 2020, ainda como presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, defendo a valorização do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o nosso Galeão, frente à transferência massiva de voos para o Santos Dumont, um aeroporto que, até por sua localização, no coração da cidade do Rio, nunca terá capacidade operacional de receber um número muito grande de rotas.
Em 2021, diante do lançamento do edital de licitação do Santos Dumont que, da forma que estava previsto, seria o golpe final no terminal da Ilha do Governador, lideramos a formação de uma frente, junto com o prefeito Eduardo Paes, a Associação Comercial do Rio, Firjan, Rio Indústria, Fecomércio, entre outras entidades, para interferir nos termos da concessão.
Articulamos iniciativas como a lei que reduziu o ICMS sobre o querosene da aviação para os voos do Galeão. Fizemos um decreto legislativo que cassou a licença ambiental que dava autorização para obras de ampliação da pista para receber aeronaves maiores, inclusive com intervenções no espelho d'água da Baía de Guanabara.
Nos mobilizamos porque percebemos que o Galeão, de fundamental importância para o estado e para a cidade, era, em 2021, um paciente terminal. Naquele ano, o Santos Dumont recebia 6,8 milhões de passageiros, contra 3,9 milhões do Galeão – uma diferença de 74%, com impacto sobre o transporte de cargas, na arrecadação de impostos e na geração de empregos.
A licitação acabou suspensa. E, a partir de 2023, através de articulação e pressão política, com o apoio fundamental do presidente Lula, eleito em 2022, esse quadro começou a mudar.
Só no último ano, entre março de 2023 e março de 2024, já foram 3,9 mil novos postos de trabalho. Hoje, o Galeão já está empregando 16 mil pessoas, sendo o maior equipamento público da capital.
Com a coordenação entre esses dois aeroportos, que em breve terão uma linha de barcas entre eles, o Galeão recebeu 12 novos destinos nacionais e um aumento de 65% nas conexões domésticas e internacionais.
Temos hoje mais turistas estrangeiros usando o Galeão como porta de entrada para o país. No primeiro trimestre de 2024, houve um aumento de 30% no número de passageiros internacionais - percentual acima da média nacional, de 23%. É o Rio ficando mais conectado ao Brasil, e o Brasil, mais conectado ao mundo.
A projeção para 2024 é de o Galeão receber 14,2 milhões de passageiros, contra 6,5 milhões do SDU – números excelentes e adequados à realidade operacional e de infraestrutura dos dois aeroportos. E as novidades não param por aí, com o Galeão planejando 52 novas operações semanais na malha internacional, além de um novo destino.
O transporte de cargas também se tornou mais competitivo, com um aumento de 29% da carga doméstica devido ao melhor aproveitamento do espaço das aeronaves, o que era inviável no Santos Dumont. Para as importações, houve uma diminuição de 17% no valor do frete internacional vindo dos EUA e de 6% da Europa.
Ou seja: quando há vontade política e disposição para o diálogo, há solução. Que a união que conseguimos produzir em torno do Galeão inspire outros desafios que temos pela frente, que são muitos.