Raul VellosoDivulgação
Nesse contexto, ressalto que Velloso, como um dos ministros da área econômica mais longevos que houve à época do regime militar, era obcecado pela maximização da taxa de crescimento do PIB, e, portanto, dos empregos. A pergunta que estava sempre escrita em sua mente era: -- o que e como fazer para o País crescer mais? Lembro de sua fixação pelo crescimento médio do PIB ao redor de 8,8% a.a. (média da década de 70), taxa que, a seu ver, os dirigentes maiores do País deveriam sempre perseguir. Se fosse hoje seu assessor próximo e ele ainda vivesse, lhe diria que infelizmente essa taxa simplesmente desabou desde então, algo de que poucos parecem ter se dado conta, e nem mesmo expõem reflexões sobre o que deveria ser feito para o Brasil escapar de tal “armadilha do baixo crescimento”.
Dir-lhe-ia, em seguida, que, mesmo com tanto dirigente público de safra recente tendo subido nos novos palcos políticos que se formaram, mas incapazes de responder à dúvida há pouco levantada, a causa básica não seria muito difícil de deduzir: a queda simplesmente pela metade da taxa de investimento público em infraestrutura, de 1,2% para 0,6% do PIB entre 2006 e 2022, sem que a parcela do lado privado praticamente saísse do lugar, medida da mesma forma, tema esse cuja discussão de causas e consequências na verdade aparecem muito pouco na nossa mídia.
Aqui, devo concluir chamando a atenção do principal motivo para os investimentos públicos desabarem, qual seja, a disparada dos gastos previdenciários públicos que terminaram por pura e simplesmente apagar aqueles do mapa, ao ocuparem todo o espaço existente nos orçamentos para aumentar o gasto público.
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