General PazuelloDivulgação

A política de desencarceramento do governo Lula e a legislação ultrapassada que estimula a impunidade parecem estar contribuindo cada vez mais para a escalada da violência, transformando criminosos em terroristas. Sim, atirar em pessoas que trafegavam pela Avenida Brasil para forçar o recuo da PM é tática similar à dos terroristas do Hamas na Faixa de Gaza, que utilizam civis como escudos humanos contra o exército de Israel.
O estímulo ao terrorismo não é de hoje, embora ultimamente a legislação venha, não apenas permitindo, mas contribuindo cada vez mais para o enfraquecimento das polícias e o fortalecimento do crime organizado. Um exemplo é a obrigatoriedade do uso de câmeras de segurança pelos agentes, que podem colocá-los em risco, entregando suas localizações caso haja algum vazamento de informação, como já denunciaram vários especialistas em segurança pública. Além disso, a ADPF 635, que restringe as ações da polícia nas favelas, só beneficia a posição estratégica de bandidos no território ocupado.
Como se não bastasse, audiências de custódia libertam criminosos baseadas apenas em seus depoimentos, sem ao menos ouvir os policiais envolvidos nas prisões. Traficantes flagrados com armas de guerra e toneladas de drogas e outros criminosos se sentem acima da lei. A reincidência leva o bandido a ser preso (e solto) dezenas de vezes, muitas vezes pelo mesmo delito.
Embora o governo se recuse a tratar o crime organizado como terrorismo, a população se inspira, não à toa, no conflito do Oriente Médio para rotular a realidade que enfrenta há décadas. Uma área de 95 quilômetros e um milhão de moradores, abrangendo 33 bairros, é conhecida como a Faixa de Gaza carioca. A região ocupada, que se estende do Caju à Pavuna, incluindo as favelas do Jacarezinho e dos complexos da Maré e do Alemão, não para de crescer. Outra referência é o chamado Complexo de Israel, onde ocorreu o confronto desta quinta (24), às margens da Avenida Brasil.
A tragédia mostrou que não se combate o crime distribuindo rosas. Mas se até hoje o governo brasileiro se recusa a classificar o Hamas como grupo terrorista, por que iria considerar terrorista o crime organizado que age por aqui ceifando vidas inocentes e manchando de sangue o Rio e o restante do País?
* Deputado federal General Pazuello (PL-RJ) é membro da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara Federal