Chicão BulhõesDivulgação

Se há cinco ou seis anos dissessem que o Centro do Rio seria um bairro majoritariamente residencial, pareceria delírio ou ideia de alguém que não tem muita noção da dinâmica das grandes cidades. Mesmo sofrendo com os efeitos de escândalos políticos e da crise econômica pela qual o país passou entre 2014 e 2016, com lojas fechadas e esvaziamento da região, o Centro ainda era, em 2019, um dos principais vetores da economia carioca.
Porém, mal a cidade começava a caminhar mesmo que lentamente para uma recuperação, veio, em 2020, a pandemia do coronavírus, aprofundando uma crise econômica ainda latente. As empresas que sustentavam a existência do comércio local foram esvaziadas – de um dia para o outro, milhões de pessoas no Brasil e no mundo passaram a trabalhar de maneira remota, obrigando comércios a se readaptarem, sem aviso prévio.
Muitas lojas não resistiram às sucessivas crises, e fecharam as portas. E o mundo nunca mais foi o mesmo... Diante da mudança de comportamento da sociedade, reagindo à crise sanitária mundial, o poder público precisava dar respostas eficientes.
Assim, ao assumir seu terceiro mandado, o prefeito Eduardo Paes iniciou uma grande transformação urbana na cidade, invertendo a lógica de crescimento para áreas com infraestrutura, proposta do novo Plano Diretor, e virou os holofotes para a região central da cidade – tão relevante para a história, cultura e economia do Rio.
Logo surgiram projetos como o Reviver Centro, um programa de incentivo urbanístico e tributário, que já concedeu 41 licenças e está criando 3.943 unidades residenciais (até setembro de 2024). Na esteira, vieram o Reviver Centro Cultural, em que a Prefeitura do Rio está apoiando financeiramente a abertura de 43 espaços culturais, e o Reviver Rua da Cerveja, que vai transformar a Rua da Carioca em polo cervejeiro e turístico da cidade.
Somam-se a essas iniciativas, a recuperação do Edifício A Noite, da Estação Leopoldina e região do entorno, o esforço para a construção do estádio do Flamengo, a construção do Terminal Gentileza e do Porto Maravalley, e a reforma do antigo imóvel do Automóvel Club – projetos que consolidam todo um trabalho de recuperação da história e economia do Rio.
O Centro do Rio renasce, e não está sozinho. O bairro é o epicentro de mudanças que devem transformar a dinâmica da cidade. Que venham os próximos cinco ou seis anos, com um Rio renovado e ainda mais pujante economicamente.
* Chicão Bulhões é Secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico