O Rio de Janeiro vive dias complicados. Assaltos, confrontos armados, roubos de carros e de celulares acontecendo em qualquer lugar, a qualquer hora do dia. Uma violência cada vez maior que precisa ser combatida pelo poder público, com uma força-tarefa que reúna todas as esferas.
Para se ter ideia, segundo o Instituto de Segurança Pública do Rio (ISP), o Estado encerrou o ano de 2024, registrando crescimento nos roubos, com destaque para os de veículos, de carga e de celulares. Na verdade, um crescimento acentuado, com os roubos de carga, por exemplo, subindo 100,4% no último mês de 2024, fechando no acumulado com 6,6% de alta. Foram mais de 3.430 ocorrências ao longo do ano passado. Apenas em dezembro, houve 487 casos, o equivalente a um registro a cada uma hora e meia.
Com os roubos de veículo a história foi bem parecida. O crescimento de 74% nos registros em dezembro fez com que o ano fechasse com quase 31 mil ocorrências, alta de 39% na comparação com 2023. O número de veículos roubados superou os casos de roubo a pedestre em 2024 (30.876 registros). Também tiveram aumento no ano passado os roubos de celular, com 38% em relação ao ano anterior e em ônibus, registrando 14% acima de 2023. De acordo com levantamento do Instituto Fogo Cruzado, a Cidade teve alta de 36% no total de intensos confrontos armados tiroteios nos primeiros 15 dias do ano, tirando a paz social da população. Foram, pelo menos, 135 tiroteios na região metropolitana nos primeiros 15 dias de 2025. O número de registros representa aumento de 36% na comparação com a primeira quinzena de 2024, quando foi contabilizado 99 tiroteios.
O número de mortos e feridos também teve crescimento, com aumentos de 36% e 106%, respectivamente, sendo que dos 70 baleados em 2025, 35 morreram e 35 ficaram feridos. No mesmo período de 2024, foram 43 baleados no Grande Rio, tendo morrido 26 e 17 feridos. Esses são apenas alguns números que demonstram o ritmo quente que narcotraficantes e milicianos em permanente guerra entre si e uns contra os outros vêm implantado na rotina do Estado e, especialmente, da Cidade do Rio.
Passou da hora de as polícias receberem um investimento significativo, fortalecendo a tropa, não só no que diz respeito ao contingente, mas com equipamentos, tecnologia e serviço de inteligência. Caso contrário, continuaremos vivendo numa cidade de terror.
Marcos Espínola é advogado criminalista e especialista em segurança pública
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