Manoel VieiraDivulgação/Alerj

A geração de emprego, sabemos, é um dos termômetros da economia. No Rio, o desafio da empregabilidade se tornou maior devido a três fatores convergentes: a pandemia da Covid-19, a gestão municipal deficitária do governo anterior ao do prefeito Eduardo Paes e a economia “patinante” da era Bolsonaro.
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), do IBGE, o Brasil terminou 2024 com a menor taxa de desemprego já registrada, chegando a 6,2% no último trimestre. Na média anual, o índice caiu de 7,8%, em 2023, para 6,6%, em 2024. O número de brasileiros empregados chegou a 103,8 milhões, um aumento de 2,8% em relação ao ano anterior. Já o total de desocupados chegou a 6.8 milhões, o menor patamar desde 2014. O nível de ocupação no país subiu para 58,7%, acima dos 57,6% de 2023.
Em 2021, as previsões eram bastante pessimistas e se falava em recessão. A situação era ainda pior para o Rio. Em 2021, a taxa de desemprego na cidade alcançou 15,6%, a mais alta da série histórica. Nem as previsões mais otimistas esperavam uma redução de 15,6% para 9,8%, entre os segundos trimestres de 2021 e 2022. Ajustes econômicos importantes empreendidos pelo governo Lula, como o aumento do salário-mínimo e da renda média dos trabalhadores, além de incentivos às empresas, promoveram o aumento significativo da taxa de empregos formais. Neste cenário, a recuperação econômica do Rio é um elemento de destaque.
As taxas de desemprego na cidade, de 2010 a 2024, mostram o impacto positivo da gestão Paes na empregabilidade. Superando todas as expectativas, a taxa de desemprego na cidade caiu de 15,6% para 10,1%, entre 2021 e 2022. Os números atuais se aproximam das taxas de desemprego mais baixas da série histórica.
De acordo com dados da Pnad Contínua, as taxas de desemprego na cidade do Rio, nos quatro trimestres de 2024, foram as seguintes: 1º trimestre, 9%; 2º trimestre, 8,5%; 3º trimestre, 7,6%, 4º trimestre, 6,9%. Esses números indicam tendência de queda no desemprego ao longo do ano, com leve queda no último trimestre, sugerindo estabilidade.
Esses números se tornam ainda mais extraordinários quando comparados aos do estado, já que em 2024 o estado do Rio de Janeiro esteve entre os cinco piores estados em empregabilidade do país, alcançando uma taxa de desocupação de 8,5%. A cidade do Rio ficou em segundo lugar na geração de empregos, mas o estado do Rio ficou na quinta pior colocação em desemprego. Ou seja, enquanto o país e a cidade seguem reduzindo de forma surpreendente o desemprego, o estado tem dificuldades em gerar oportunidades à população fluminense.
Para continuar avançando na empregabilidade, é fundamental manter e aprimorar o que já deu certo. Além de shows e eventos internacionais, que recolocaram a cidade no cenário dos grandes espetáculos, cabe destacar o programa Trabalha Rio. Graças a ele, o trabalhador e a trabalhadora podem cadastrar seu currículo no banco de oportunidades da Secretaria Municipal de Trabalho e Renda (SMTE) e ser encaminhado para vagas de emprego em empresas parceiras, por meio de ações descentralizadas e itinerantes.
Em janeiro, foi lançada nova versão do Trabalha Rio, focada em atender áreas menos privilegiadas e com maior concentração de mão de obra: as favelas. Em parceria com a Federação Municipal das Associações de Favelas do Rio (FAF-Rio), a primeira caravana do ano ocorreu em Vila Kosmos, na Zona Norte, onde além de cadastrar novos currículos, 47 pessoas conseguiram agendamento de entrevistas de emprego na hora do atendimento. Sim, queremos, cada vez mais, levar emprego a quem mais precisa.
Bom trabalho a todos!
Manoel Vieira é arquiteto e secretário municipal de Trabalho e Renda do Rio de Janeiro
* Com colaboração de Graziela Souza, coordenadora do Observatório do Trabalho Carioca, da SMTE