Glauco Kaizer, prefeito de QueimadosDivulgação

A segurança pública tornou-se o nó górdio do Brasil contemporâneo. Embora seja, por definição, uma atribuição do Estado, é inevitável que prefeitos e prefeitas, movidos pelo senso de responsabilidade com suas populações, se debrucem sobre esse flagelo social e busquem, dentro de suas possibilidades, contribuir com as forças de segurança estaduais no enfrentamento desse que, sem dúvida, é o maior mal do nosso tempo histórico.

Dadas as restrições jurídicas que limitam a atuação policial e o avanço cada vez mais audacioso de organizações criminosas, não estamos falando apenas de uma responsabilidade política — trata-se, sobretudo, de um imperativo ético, uma cobrança interna que nasce da consciência de quem vive e governa a cidade.

Em 2016, Queimados figurou como a cidade mais violenta do Brasil, segundo o Atlas da Violência. Episódios grotescos, como o ataque ao Bar do Ramon (2017), estamparam manchetes dos principais programas jornalísticos nacionais. Assumimos a gestão municipal em 2021 com esse estigma, e desde então temos trabalhado com firmeza e determinação para reverter essa realidade.

Mesmo inseridos no contexto da Baixada Fluminense, nossos indicadores apontam avanços significativos. Iniciamos valorizando nossa Guarda Municipal: implementamos o auxílio-fardamento (R$ 2 mil/ano para aquisição de equipamentos), criamos o RAS (Regime Adicional de Serviço), destravamos promoções, adquirimos novas viaturas, instalamos alojamentos — tudo com o objetivo de reconhecer o papel estratégico da Guarda e melhorar suas condições de trabalho.

Em parceria com a Polícia Militar, aditivamos o PROEIS (Programa Estadual de Integração na Segurança), dobrando a presença de policiais no patrulhamento ostensivo das ruas. Realizamos diariamente a AREP3, com abordagens voltadas exclusivamente ao combate ao porte ilegal de armas e drogas, inclusive em horários noturnos e de madrugada. E com a Policial Civil estabelecemos o Centro de Acolhimento à Mulher Queimadense (CAMQ), destinado para o acolhimento humanizado e providências à mulher vítima de violência (assistentes sociais, psicólogos e policiais civis femininas).

Também instituímos o Conselho Municipal de Segurança, como espaço de escuta e articulação com a sociedade civil, permitindo que suas demandas cheguem diretamente aos representantes das forças de segurança. No campo da prevenção, estamos promovemos a substituição de todo o parque de iluminação pública por lâmpadas de LED, tornando os espaços urbanos mais iluminados e menos vulneráveis à ação de criminosos.

Atualmente, estamos implantando uma Central de Monitoramento e Controle, que dará suporte de inteligência às ações de segurança. Já instalamos mais de 250 câmeras, de um total de 700 previstas. Equipamentos com reconhecimento facial e leitura de placas veiculares estão integrados ao projeto, com convênios em andamento para compartilhamento de dados com a PRF, Polícia Civil e Polícia Militar — um novo patamar de vigilância e capacidade de resposta.
Os resultados já são visíveis: em julho de 2025, Queimados ocupa o 3º lugar no ranking do Sistema Integrado de Metas do Instituto de Segurança Pública (ISP), e o 1º lugar na Região Metropolitana.

Mas não vamos parar. Ainda neste ano, avançaremos com:
•Concurso público para a Guarda Municipal
•Aquisição de armas não letais (BIRNA)
•Drones para patrulhamento em áreas de risco
•Novas motos para atuação em mobilidade e resposta rápida.
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Queimados não é mais a cidade mais violenta do Brasil. Isso, por si só, já representa uma conquista. Mas continuaremos firmes, ao lado das forças de segurança do Estado, oferecendo o melhor da nossa contribuição para construir uma cidade cada vez mais segura para todos.
* Glauco Kaizer é prefeito de Queimados