Aldeia indígena Rio Pequeno, em Barra Grande, Paraty, homem invade e agride verbalmente uma índia guarani.Divulgação/rede social

Paraty – Um homem descontrolado invadiu na manhã dessa segunda-feira, ,23, a Aldeia Rio Pequeno, em Paraty/RJ. O agressor fez ameaças a uma indígena; aos gritos” Índio não presta tem que morrer”, entre outros xingamentos e em seguida foi embora. Ninguém ficou ferido. A vítima a qual o homem se referia, foi até a 167ª DP e denunciou o caso. Foram feitas diligências nas áreas próximas a aldeia, com as poucas informações da índia guarani, por não conhecer o agressor, sem sucesso.

Em depoimento à polícia, ela disse que além da ameaça verbal de morte que sofreu, o homem teria dito frases racistas.

Esta é a segunda vez que as terras são invadidas. A vice-cacique da Aldeia, Neusa Kunhã Takuá Martine, informou que as providências já estão sendo tomadas: além de registrar a ameaça na delegacia de polícia local, ela acionou o Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH), a Comissão Guarani Yvyrupa (CGY) e a Articulação dos Povos Indígenas ( ARPIN Sudeste).

Ainda de acordo com relatos, em 2018, a aldeia foi invadida, houve o assassinato do filho do cacique Demércio, João Mendonça Martins, durante conflito com posseiros. Desde então a comunidade vem sofrendo inúmeras ameaças por parte de moradores, madeireiros e posseiros que vivem na região.

Ainda de acordo com a vítima, ninguém no local conhece o agressor, que foi embora do território indígena sem deixar rastros. A Polícia fez diligências no local, a procura de “um homem branco que vestia uma camisa branca e uma calça jeans”- características e vestimentas denunciadas pela vítima à polícia, sem sucesso. A delegacia informou que segue com as investigações.

Após a invasão, as lideranças indígenas do local pedem mais proteção e segurança: “Não é de hoje que o nosso povo vem sofrendo ameaças. Nós continuamos resistindo e pedindo proteção às autoridades. Após fazermos o registro oficial sobre mais este fato, vamos informar ao Estado e aguardamos ações concretas. Estamos divulgando as informações, pois apostamos na solidariedade e na ação comum da sociedade. Respeito e dignidade é o que queremos,” disse Neusa Kunhã.




 
 
 
 

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