Encontro promovido no Fórum Itaboraí.Foto: Luiz Pistone
Desta vez, o tema escolhido pela comunidade foi “Cidades saudáveis e sustentáveis”, questão sensível na Vila Rica, que abordou de forma ampla a questão do lixo e dos resíduos tendo como base o ODS número 12: Consumo e produção responsáveis, com foco na geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reuso. O evento na Escola Municipalizada Santa Terezinha e a mesa de abertura contou com a participação do diretor do Fórum Itaboraí, Felix Rosenberg; da presidente do Instituto Municipal de Cultura (IMC), Diana Iliescu, representando o prefeito Rubens Bomtempo; de Norma São Thiago, do núcleo de Educação em Saúde do município, representando o secretário de Saúde, Marcus Curvelo; da diretora da Escola, Adriana Theobald; e da Agente Comunitária de Saúde, Laura Bernardes, representando a comunidade de Vila Rica.
Sobre o tema do evento, Felix Rosenberg destacou que o convívio das comunidades com o lixo tem aparecido como uma coisa natural, na maioria dos lugares. “A gente percebe a cada dia mais acúmulo de lixo, porque as pessoas já estão sem a consciência clara de qual o impacto do resíduo na nossa saúde e na saúde do ambiente. Já aceitamos como uma coisa natural. Gostaria de destacar e parabenizar a comunidade de Vila Rica, que propôs para esta terceira jornada a discussão da gestão do lixo, porque isso demonstra que essa realidade cultural que está invadindo o cotidiano de nosso povo em geral, não está presente aqui na Vila Rica, pelo contrário, a comunidade é consciente desse problema e quer discutir visões e mecanismos de como transformar essa realidade. Não é um tema fácil, mas como sabemos: todo caminho se faz ao andar. Então, é continuar essa caminhada para encontrar soluções”, ressaltou o diretor do Fórum Itaboraí.
Por fim, encerrando a programação, Jennifer Thais, representante da Associação de Catadores da Cidade de Itabirito - ASCITO) e que participou ativamente do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), abordou a questão da gestão do lixo sólido e da importância da organização associativa e solidária da comunidade. Jennifer iniciou a fala contando um pouco de sua trajetória com a questão dos resíduos, que começou quando a família trabalhava em um lixão a céu aberto, onde era exposta a questões insalubres. “Até quando a gente teve uma oportunidade, que aconteceu uma mudança na vida da minha família, e a gente foi para outro município e começou a trabalhar de forma organizada numa associação de catadores. Depois que a gente foi para associação, a nossa realidade mudou, a gente começou a entender que não estava mais trabalhando com o lixo e que a gente já não era mais considerado catador de lixo, éramos considerados catadoras e catadores de materiais recicláveis”, contou.
Para Felix Rosenberg, as jornadas são sessões de reflexão que trazem novas ideias. “E essa reflexão é que vai madurar assim como uma planta dentro da nossa mente e vai pouco a pouco gerando novas ideias, iniciativas. Não se espera que dessas reuniões surja uma solução imediata. São jornadas de acúmulo, de conhecimento, formando-nos juntos, academia e comunidade, para conhecer melhor estes temas. E não há nada que substitua o conhecimento e a educação para transformar a realidade”, concluiu.
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