Petrópolis - Terminam no dia 12 de julho, as inscrições para o 1º programa voltado a formação de lideranças climáticas, oferecido pelo Instituto TJNS, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. O grupo que tem como foco o combate ao racismo ambiental e a busca pela promoção da adaptação climática, é pioneiro na realização deste trabalho, que tem como meta capacitar líderes que vivam em comunidades periféricas e enfrentam ano a ano os impactos do meio ambiente, que resultam em desastres, como as chuvas que devastaram o município em 2022 e provocaram mais de 240 mortes.
A ação é voltada para mulheres, principalmente negras, pessoas LGBTQIA+ e jovens, revelando a necessidade de uma participação inclusiva e diversificada nos debates sobre as questões que permeiam este universo e garantindo que as vozes e preocupações desses grupos sejam ouvidas e consideradas nas tomadas de decisão.
“Petrópolis é uma cidade que todo ano sofre com chuvas intensas, tem ano que temos vítimas fatais e desabrigados, mas todo ano as pessoas mais vulneráveis são atingidas. Com esse trabalho, o nosso principal objetivo é criar e fortalecer uma rede capacitada de líderes, que sejam capazes de influenciar políticas e práticas que tenham como proposta mitigar e prevenir os efeitos das mudanças climáticas, trazendo adaptações e promovendo a resiliência das comunidades locais”, explica a presidente do Instituto TJNS, Pamela Mércia.
Dentre os temas que serão abordados nos encontros estão: educação política, letramento racial, diversidade, o que é a justiça climática, racismo ambiental, administração de recursos em meio a calamidade pública, saúde mental em meio aos desastres e outros. O programa conta com seis meses de duração, sendo três deles com aulas teóricas e três de prática, reunindo especialistas renomados de todo o Brasil, de forma on-line e presencial. Para essa edição, serão selecionados dez participantes, que vão contar com uma bolsa auxílio de 250,00 durante a primeira etapa. Na segunda fase, os três melhores trabalhos de conclusão, serão executados na prática, com uma premiação de R$ 2 mil para execução das ideias.
“Nossa ação surge como resposta a uma necessidade real e urgente de se abordar os desafios impostos pelas mudanças climáticas e à urgência em garantir a inclusão e representatividade de grupos historicamente marginalizados, como mulheres negras, pessoas LGBTQIA+ e jovens. Estes grupos, frequentemente excluídos dos espaços de tomada de decisão, são os mais impactados por eventos climáticos extremos e por isso, precisamos de um trabalho que seja mais do que palavras e se materialize em atitudes”, pontua Pamela.
Mais informações podem ser obtidas pelo Instagram do Instituto TJNS, onde também está disponível o formulário para inscrições. O programa tem o apoio do Fundo Casa e como parceiros a Unifase, Comitê Piabanha, Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima, Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belém, Centro Brasileiro de Justiça Climática, Plataforma Cipó, Casa Fluminense, Coalizão O Clima é de Mudança, PerifaLab, e Perifa Conection.
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