Evandro TeixeiraFoto: Divulgação

Petrópolis - O Centro de Cultura Raul de Leoni, em Petrópolis, recebe neste sábado (28), às 19h, a exposição “Evandro Teixeira, Fotojornalismo e Ditadura: Brasil 1964/Chile 1973”. A exposição apresenta o trabalho do fotojornalista Evandro Teixeira, com imagens que documentam momentos emblemáticos das ditaduras nos dois países da América Latina.
O evento, aberto ao público, irá contar ainda com a mesa redonda “Para que não se esqueça, para que não mais aconteça”, com a participação de Ivo Lesbaupin, teólogo e doutor em Sociologia, e Magali do Nascimento Cunha, jornalista e doutora em Ciências da Comunicação. A exposição faz parte do projeto "2024: Valores da Democracia Hoje".
Nascido em Irajuba, na Bahia, Evandro Teixeira cobriu momentos marcantes das ditaduras no Brasil, como o golpe de 1964 em 1º de abril, quando entrou no Forte de Copacabana e testemunhou a chegada ao local do general Humberto Castello Branco. Também registrou as manifestações do movimento estudantil em 1968 e a repressão da ditadura militar. No Chile, fez a cobertura em 1973 do golpe militar que derrubou Salvador Allende e instituiu a ditadura de Pinochet. Também registrou os momentos que se seguiram à morte do poeta Pablo Neruda.
O fotojornalista é homenageado em uma das poesias de Carlos Drummond de Andrade: “Diante das fotos de Evandro Teixeira”, que compõe as páginas de seu último livro publicado em vida: “Amar se aprende amando”. Ao longo de sua carreira, Evandro conquistou prêmios como da Sociedade Interamericana de Imprensa, em 1969; de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, em 2010; e Brasil Fotografia, em 2016.
“Esta exposição da arte fotográfica de Evandro Teixeira constitui uma inestimável contribuição ao esforço para que os anos de chumbo jamais se apaguem da memória nacional e impeçam que, no futuro, se repita aquela passado de opressão, dor, morte e tirania”, afirma Frei Betto no artigo: “O olho crítico de Evandro Teixeira”.
Para Maria Helena Arrochelas, diretora do Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade (CAALL), apoiador do projeto “2024: Valores da Democracia Hoje”, o debate neste sábado representa uma oportunidade de discutir a importância da memória histórica e os impactos das ditaduras na democracia.
O projeto “2024: Valores da Democracia Hoje” é uma iniciativa da Associação do Amigos do Dr. Alceu/AADA, do CAALL, da Casa Stefan Zweig, Faculdade Arthur Nelson de Sá Earp/FASE, do Grupo Pró-Memorial Casa da Morte/GPMCM, Instituto Municipal de Cultura/IMC, da Livraria Nobel,do Museu Imperial, da Universidade Cândido Mendes/UCAM, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ e da Universidade Federal Fluminense/UFF.