Presidente e vereador da Câmara de Porto Real são afastados suspeitos de "rachadinha"
A vítima procurou a Câmara de Porto Real para relatar o que estava acontecendo, mas foi instruída a apagar todos os registros e possíveis provas contra o presidente.
Porto Real - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) anunciou nesta terça-feira (18) o afastamento do presidente e do vereador da Câmara de Porto Real (RJ). A decisão veio através da 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Resende.
De acordo com o documento divulgado pelo MPRJ, o presidente da Câmara, Renan Márcio de Jesus Silva e o vereador Ronário de Souza da Silva estão envolvidos num suposto esquema voltado para o desvio de recursos públicos, envolvendo uma funcionária comissionada.
De acordo com a Ação Civil Pública, Renan, a pedido de Ronário, contratou Elisamara Felício, em janeiro deste ano, para o cargo de diretora do Departamento de Ouvidoria Legislativa. Porém, depois de ser contratada, ela passou a ser ameaçada de exoneração caso não desse metade de seu salário para Ronário.
Ainda segundo o documento, o valor era entregue em mãos a Ronário para que não fossem deixados rastros da prática criminosa. Em depoimento ao Ministério Público, Elisamara apresentou cópias dos extratos bancários de sua conta e da conta de seu ex-marido, deixando claro que todos os meses realizava saques em espécie em valores próximos a metade de seu salário.
A vítima apresentou ainda duas gravações onde entregava um envelope com dinheiro a Ronário e, em outra ocasião, a Taynara José, que também é servidora comissionada da casa, ligada diretamente a Ronário e contratada por Renan.
Elisamara procurou o presidente da Câmara de Porto Real para relatar o que estava acontecendo, mas foi instruída a apagar todos os registros e possíveis provas contra Ronário. No entanto, como ela não aceitou destruir as provas, Renan a ameaçou e a exonerou do cargo.
Segundo o Ministério Público, o presidente e vereador da Câmara estão afastados dos seus respectivos cargos públicos pelo prazo de 90 dias.
A Câmara de Porto Real foi procurada pelo Jornal O Dia, mas ainda não tivemos retorno.
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