Em reunião no dia 19, a Saúde fala em ações realizadas, mas não as especifica Foto Secom/Divulgação

Quissamã – Por iniciativa da vereadora Alexandra Moreira, a saúde pública em Quissamã estará recebendo uma injeção de R$ 384.914,91 para a aquisição do Sistema de Vídeo Endoscopia Flexível. O montante é fruto de Emenda Impositiva que, segundo a parlamentar, representa um investimento estratégico na modernização dos procedimentos médicos do município e também para a economia de contratos para a execução destes serviços.
Embora o governo municipal demonstre estar tranqüilo em termo de faturamento (no último dia 20 entraram cerca de R$ 15 milhões de royalties do petróleo nos cofres da prefeitura), os investimentos no campo do interesse público não agradam; além de infraestrutura, a saúde está entre os setores cujos anúncios de qualidade feitos estão sendo apontados como desproporcionais.
A falta de medicamentos básicos é um dos problemas citados pela vereadora. Ela comenta, na sua rede social, que “a crise aguda de abastecimento de remédios em Quissamã evidencia a gestão negligente que desconsidera as necessidades essenciais da população” e que “a realidade cotidiana revela uma desconexão entre promessas governamentais e a experiência direta dos cidadãos”.
A Emenda Impositiva da vereadora para o orçamento da saúde no próximo ano é avaliada como um raio de esperança para o setor: ”Em meio a uma crise aguda de abastecimento de remédios, escândalos e uma queda significativa no orçamento destinado à saúde para o orçamento de 2024, a destinação de R$ 384.914,91 representa um investimento estratégico na modernização dos procedimentos médicos no município”.
Sobre os escândalos Alexandra Moreira ressalta a Operação Dama de Espadas: “A investigação na Clínica Médica Conceição de Macabu, onde foram contratados mais de 14 milhões de reais em exames de endoscopia, colonoscopia, entre outros, destaca-se como um exemplo gritante de possível má gestão de recursos públicos; revelações que não apenas evidenciam a urgência de transparência, mas também levantam questões sérias sobre a integridade das práticas administrativas”.
SEM RESPOSTA - O Dia tentou uma posição do governo, através de demanda encaminhada por meio de WhatsApp e e-mail; mas até o momento da postagem desta matéria não obteve respostas. No portal da prefeitura, o jornal encontrou postagem resumida falando em ações da Secretaria de Saúde desenvolvidas ao longo do ano. A avaliação aconteceu em reunião realizada no último dia 19.
No texto não são enumeradas as realizações. No entanto, a subsecretária de Saúde, Sabrine Pereira, comenta: “Foi um momento enriquecedor, onde foram apresentadas de forma detalhada as premiações que recebemos neste ano e todos os indicadores que atingimos para alcançarmos resultados positivos; agradecemos a toda equipe da saúde de Quissamã que entrega serviços de qualidade de forma comprometida, dedicada, responsável e de referência”.
Reforçando, a Coordenadora de Planejamento e Gestão em Saúde, Delba Barros: realça: “Conversamos sobre estratégias para alcançar os indicadores de saúde envolvendo outras secretarias de governo e a sociedade civil organizada; concluímos que as ações executadas por profissionais engajados com apoio do Governo Municipal foram reconhecidas positivamente por entidades externas, como o Ministério da Saúde, Organização Panamericana de Saúde, entre outras, o que é muito gratificante para todos nós”.
Quanto à demanda sobre crise na saúde apontada por Alexandra Moreira, na qual um dos problemas citados é falta de medicamentos básicos, o governo não respondeu; também não se manifestou a respeito de escândalos, que teriam gerado uma operação chamada Dama de Espadas, pontuados pela vereadora.