Câmara Municipal do Rio Renan Olaz

Rio - A Câmara Municipal do Rio disse não ao projeto de emenda à lei orgânica que pretendia liberar a comercialização de armas de fogo e munição no município do Rio. Proposta de emenda à lei orgânica precisava do aval de 34 parlamentares, mas foi derrotada nas duas votações.
"Esse projeto é absurdo, especialmente num momento em que as pessoas estão se matando. Vamos incentivar as armas de fogo? A polícia é que tem que garantir a nossa segurança e não o cidadão. Se eu tivesse uma arma na minha casa e entrasse um brandido, eu iria reagir? Claro que não! Ele ainda ia roubar a arma e talvez até me matasse. Vereadores, os senhores precisam ter consciência do que estão propondo. Mais armas, mais mortes”, disse Teresa Bergher, presidente da comissão de direitos humanos.
No ano passado, um grupo de vereadores apresentou uma emenda em que retirava a proibição tanto da fabricação quanto da comercialização. Um dos autores, o vereador Jorge Felippe, percebeu que a proposta não iria passar, pois precisaria de 34 votos a favor.
Além da esquerda, a presidente da comissão de defesa dos direitos humanos, Teresa Bergher e o presidente da comissão de defesa dos animais, Luiz Ramos filho, eram contra a proposta. Felippe fez as contas e vou que não passaria. Apresentou um substitutivo em que liberava só a comercialização, mantendo a proibição da fabricação das armas e mantendo todas as restrições aos fogos, como exigia a causa animal.
Ramos filho chegou a negociar apresentação de emenda no segundo turno. “Já expliquei ao vereador Jorge Felippe, que sou terminantemente contra os fogos. Vou apresentar a emenda em segunda discussão. Se a minha emenda não passar, voto contra o projeto.”
O substitutivo foi rejeitado e depois o projeto inicial também foi mandado ao arquivo.
O texto original foi proposto no ano passado e tinha 22 coautores. A principal alegação era de que a proibição do comércio e das fábricas de armas fazia o município deixar de arrecadar. 
“Em compensação deixa também de incentivar o uso de armas de fogo, como vemos em outros países, que volta e meia há casos dos chamados lobos solitários, pessoas que colecionam armas e acabam surtando e matando inocentes. Ainda bem que o bom senso prevaleceu e derrubamos essa proposta maldita”, disse Teresa.