Oficinas acontecerão de forma regular em 2023Divulgação

Rio – O Abrigo Cristo Redentor, em Higienópolis, recebeu, nesta quinta-feira (10), a primeira experiência prática do projeto "RE-VISÕES do paraíso", desenvolvido por pesquisadores do Grupo de Pesquisas Paisagens Híbridas da Escola de Belas Artes da UFRJ. Na oficina, a primeira de muitas que acontecerão de forma regular no local em 2023, vinte idosos receberam diversos tipos de plantas para montar seu próprio jarro. 
"Os médicos estão recomendando que as pessoas passem um tempo dentro de florestas, tenham contato com atividades de jardinagens, para que se possa ter uma diminuição da ansiedade e da depressão. Vamos verificar a pressão de todos eles antes de começar as atividades, e ao término vamos verificar novamente. Isso será importante para saber se eles ficaram mais calmos ou mais estressados", explicou Jeanne Almeida, professora de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ.
Para finalizar o projeto, todas as áreas verdes do Abrigo serão reflorestadas com as mudas preparadas pelos próprios alunos. A oficina não trabalha apenas em uma melhoria na qualidade de vida, mas também, por meio das práticas pedagógicas, altera sistematicamente a dinâmica das paisagens onde os idosos habitam.
"Eu acho muito importante ter contato com plantas, elas que dão o nosso oxigênio. Gostei muito dessa atividade, espero que tenha sempre", elogiou Heronídes Pinheiro, de 82 anos, frequentador do Centro-Dia Levy Miranda, que funciona dentro do abrigo.
O Abrigo Cristo Redentor, administrado pelo estado através da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, está localizado no bairro de Higienópolis, na Zona Norte do Rio, e alcançou em 2022 a marca de 87 anos de existência.
O Centro-Dia Levy Miranda foi criado este ano, no aniversário do abrigo, com o intuito de evitar o isolamento social, o abandono e a necessidade de acolhimento, oferecendo oficinas como a da UFRJ para atingir esse objetivo.
"Essa parceria com a UFRJ possibilita a socialização e aproximação dos nossos idosos com o cuidado com o Abrigo, e isso possibilita um trabalho terapêutico visando o bem-estar deles. A participação dos idosos independentes foi muito interessante. Eles conseguiram socializar com os outros idosos que são abrigados e com a equipe técnica. Terapeuticamente essa ação foi muito importante”, ressaltou a coordenadora do Abrigo, Lícia Mattesco.