Luiz Gustavo de Oliveira Fernandes, um dos alvos da operação, foi preso no dia de seu aniversárioMarcos Porto/Agência O Dia

Rio - A Polícia Civil deflagrou uma operação nesta quinta-feira (15) contra representantes de duas empresas acusadas de estelionato contra 50 vítimas no Rio de Janeiro e em outros estados do Brasil. Agentes da Delegacia de Defraudações (Ddef) cumpriram três mandados de prisão e 12 de busca e apreensão na Região Metropolitana e interior do estado.
Dentre os detidos estão Luiz Gustavo de Oliveira Fernandes, que foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Ceará por estelionato e associação criminosa. Ele figura como autor em 80 registros de ocorrência. Luiz foi preso em uma casa de luxo em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, no dia de seu aniversário. Por esse motivo, a operação foi batizada com o nome "Presente de Grego" .
De acordo com a Polícia, ele teria como prática mudar de cidade e criar empresas em cada uma delas para poder cometer os crimes.
Além de Fernandes, Mayara Cristina Oliveira de Souza e Victor Hugo Ferreira de Souza foram presos. Os dois têm, respectivamente, 31 e 27 registros de ocorrência, a maioria por estelionato e organização criminosa.
Segundo as investigações, a Lugus Promoção de Vendas e a JM de Oliveira Fernandes Promoção de Vendas ofereciam a portabilidade dos empréstimos das vítimas com a contratação de novos consignados. Os estelionatários faziam a promessa de, com o lucro do investimento feito por parte dos contratantes, sanar a dívida feita anteriormente e repassar até 10% de bonificação. No entanto, os valores contratados não eram repassados aos clientes, deixando-os no prejuízo.
De acordo com o delegado titular da Ddef, Alan Luxardo, a fraude funcionava como um esquema de pirâmide. Os captadores de clientes convenciam as vítimas, muitas delas servidores públicos, a fazer empréstimos consignados.

"A modalidade principal deles era ludibriar as vítimas fazendo com que elas pegassem empréstimos consignados, com a promessa de que esse dinheiro seria investido e eles se comprometeriam a pagar os empréstimos junto às instituições financeiras", disse Luxardo, que completou: "A pessoa entregava o dinheiro, sob a promessa de altas recompensas pecuniárias mensais. As primeiras pessoas sempre recebiam nos primeiros meses, só que depois a conta não fechava".
Como forma de atrair as vítimas, o grupo costumava ostentar a posse de veículos luxuosos e registrar a ida a lugares caros nas redes sociais.
O titular também afirmou ao DIA que a ação é resultado de meses de investigação para colocar um ponto final no cometimento de crimes por parte dos três suspeitos.
"Há pessoas que perderam a economia de uma vida inteira graças ao trabalho intenso dos golpistas, que tiveram lucro milionário às custas da desgraça alheia", comentou.
Todos foram levados para a Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio. A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa dos suspeitos presos.