Jacaré é encontrado agonizando, ferido por anzol múltiplo na Lagoa de JacarepagúaReprodução
"O que está acontecendo, já há alguns anos, é que o sistema lagunar da Baixada de Jacarepaguá está sendo utilizado como safari. Pessoas caçam capivaras e jacarés para vender a carne da caça", diz o biólogo.
A carne da caça ilegal, alerta Moscatelli, é contaminada por cianobactérias que produzem toxinas. "É uma carne que independentemente do tipo de preparo continua contaminada por contaminantes que são acumulativos". Isso quer dizer que o corpo não elimina as toxinas, que ao longo dos anos provocam efeitos adversos à saúde.
O animal foi encontrado agonizando nesta quarta-feira na Lagoa de Jacarepaguá por um trabalhador que faz a conservação do local. Ele estava com uma garateia, um tipo de anzol múltiplo. "Colocam a isca, o animal morde e fica entalado. Imagina a dor que isso deve gerar. Como esse era muito grande, ele conseguiu romper o cabo, mas acabou morrendo agonizando", conta.
Diante da situação recorrente, o biólogo alertou as secretarias de meio ambiente municipais e estaduais.
"No Rio de Janeiro estamos nos tornando exterminadores de símbolos. Primeiro foram os botos da Baía de Guanabara. E há várias décadas estamos exterminando os jacarés que dão nome para a Baixada de Jacarepaguá. Temos nomes de bairros e ruas associados a animais que eram abundantes e estão se transformando em bibliografia", critica.
"O órgão ambiental estadual ressalta que mantém fiscalização em diversas regiões do Estado, incluindo a região da Lagoa de Jacarepaguá, atuando com base em denúncias, para coibir a caça ilegal", disse em nota o Inea. A população pode denunciar crimes ambientais por meio da plataforma Fala Br: https://falabr.cgu.gov.br/
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