Grupo Teatre-se realizou oficina de turbante, dentro do Festival Favela Mulher, no mês de novembroDivulgação

Rio - Moda, criatividade e educação. Em parceria com o Instituto Precisa Ser, a marca de moda Farm apoiou, pela primeira vez, o desenvolvimento de projetos de coletivos, pessoas e organizações sem fins lucrativos em territórios periféricos do Rio de Janeiro e outras capitais do Brasil. No total, o projeto social Re-Farm Cria destinou 800 mil reais a 81 projetos – 51 deles, do Rio. Entre eles, o Teatre-se, no Morro do Cantagalo.
As lideranças das iniciativas, em sua maioria, são compostas por mulheres cisgêneras ou transgêneras, e no recorte racial, 73% das iniciativas são capitaneadas por pessoas negras. O Re-Farm Cria, de alguma forma, deu um empurrãozinho para reativação do Teatre-se, dispersado na pandemia, quando muitas perdas aconteceram também.
Ao todo, foram mais de 600 pessoas envolvidas nos processos de execução das propostas contempladas e o número de pessoas atendidas pelos projetos passou dos 30 mil. “A gente tem muito orgulho de poder apoiar tantos talentos e projetos que vão além da moda, tantas expressões artísticas, culturais, de educação, que estão em consonância com a maturidade destes 25 anos da Farm”, analisa Kátia Barros, uma das fundadoras da marca de moda carioca. Com o sucesso da iniciativa, a empresa já vislumbra uma segunda edição do Re-Farm, no primeiro semestre de 2023.
O Teatre-se
O grupo Teatre-se do Morro do Cantagalo, na Zona Sul do Rio, mudou, ao longo de nove anos, a vida de garotas, hoje mulheres em vários aspectos. A ideia partiu da atriz e jornalista Tatiana Bastos, que ia muito ao morro por causa do namorado. Ela criou um sarau para oferecer alternativa de cultura e arte para as meninas que ficavam muito ociosas fora do horário da escola.
Entre os resultados de sua ideia, está o Festival Favela Mulher. As garotas que antes iam para o grupo de teatro tornaram-se protagonistas e o Re-Farm Cria possibilitou virar uma chave: o coletivo, agora, vai se tornar um pólo de ações de educação e cultura no próximo ano.
"Ia acabar. A pandemia foi bastante aguda pra gente. Fui fazer um trabalho em São Paulo, muitas integrantes foram para faculdade, outras se casaram e estão para ter bebês, outras tornaram-se influencers digitais. Uma das meninas está tentando Medicina, por isso acompanha de longe. Estamos fechando um ciclo do 'Teatre-se' para assumir nova identidade", conta Tatiana.