Motorista de aplicativo foi baleado no JacarezinhoReginaldo Pimenta / Agencia O Dia

Rio – A Polícia Civil apreendeu o fuzil do policial militar que atirou no motorista de aplicativo Diego da Cunha Abreu, de 35 anos, nas imediações da comunidade do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, na noite de quinta-feira (15), para realizar perícia e apurar a causa do disparo.

Segundo a instituição, as investigações já estão em andamento. Os PMs envolvidos no caso defendem que o tiro foi acidental. A Polícia Militar informou que a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) instaurou um procedimento interno para apurar a ocorrência.

Na noite do ocorrido, Diego estava com passageiro no carro. De acordo com a Polícia Militar, agentes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Jacarezinho abordaram o veículo na localidade conhecida como Comunidade da Xuxa e, durante o procedimento, o tiro teria acontecido.

A vítima foi levada pelos agentes para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Engenho Novo e, posteriormente, encaminhado para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, também na Zona Norte. Segundo a unidade, Diego segue em estado estável.


Segundo a mulher da vítima, Bianca Abreu, policiais militares chegaram a conversar com Diego no hospital e teriam pedido desculpa.

"Um policial veio a mim e disse que se desculpou com o meu marido pelo disparo que teria sido por acidente. O problema é que desculpa não muda o fato de o Diego estar agora pós operado no leito de um hospital", afirmou Bianca.

Ainda segundo a mulher, Diego está fazendo uso de uma bolsa de colostomia após a cirurgia.

Roseny da Cunha, mãe da vítima, disse em contato com O DIA que acredita que ninguém é atingido no abdômen por um "tiro acidental".
"É mais um trabalhador, que estava na rua para levar o sustento para casa, e agora está numa cama de hospital lutando pra sobreviver. É essa polícia que protege o cidadão pagador de impostos? A que dispara um tiro de fuzil que perfura parte do intestino de um jovem? Isso é tentativa de assassinato", desabafou.
A 25ª DP (Engenho Novo) segue investigando o caso.