Retroescavadeiras foram usadas durante operação conjunta entre Prefeitura do Rio e Ministério Público para desocupar área com construções ilegaisMarcos Porto/Agencia O Dia

Rio - O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a prefeitura realizaram operação nesta quinta-feira (22) para demolir mais de 40 construções irregulares às margens do Rio Catarino, na Avenida Francisco Brício, em Realengo, na Zona Oeste. Estão sendo derrubados garagens, bares, oficina mecânica, salão de beleza, lava-jato, ferro-velho, barracas de hortifruti e pequenas lojas diversas de artigos populares.


De acordo com o laudo de vistoria, as construções ao longo das margens do rio não possuíam licença ou autorização para ocupação. As construções eram edificações simples e, por vezes, precárias, com pouco ou nenhum acabamento.
Além disso, a promotora Juliana Pompeu, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), afirmou que a milícia explora a região com a cobrança de taxas aos comerciantes.
"As investigações ainda estão em andamento, mas temos informações que eram cobrados cerca de R$ 400 mensais a mando do ex-PM Thiago Soares, alvo de uma operação semana passada, e que se encontra foragido desde que tirou sua tornozeleira eletrônica", disse Juliana, que completou: "Essas edificações colocavam em perigo os próprios trabalhadores do local, visto que as construções foram feitas às margens do Rio Catarino, em região frágil, podendo acarretar em um desastre no caso de uma chuva mais forte, por exemplo".
Coordenador de Defesa Ambiental da Prefeitura do Rio, José Maurício Petrone explicou que, além de ser uma área proibida para construção, as edificações despejavam esgoto sem tratamento diretamente no rio. Segundo Petrone, houve uma mudança de comportamento por parte dos donos de estabelecimentos no local.
"Antigamente, esses comerciantes rasgavam na cara dos fiscais alguma notificação que, porventura, recebiam. Por conscientização da população e o esforço da força-tarefa, essas pessoas puderam retirar seus pertences para que não tivessem nenhuma forma de prejuízo para além do imóvel e o meio ambiente agradece", disse.